Moradora da Cidade de Deus, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, Elisabeth Monteiro perdeu o emprego durante a pandemia. O auxílio emergencial ajudou a aliviar a situação por um tempo. Com o fim do benefício, agora ela faz bicos para criar a filha pequena. “Eu tô na expectativa de que essa doença, Deus que me perdoe, diminua para poder voltar ao normal. Mas, infelizmente, se não diminuir, a tendência vai ser piorar mais ainda[a situação], porque vão fechar tudo de novo, o que vai ser de nós?”, questiona a moradora. Segundo o Ipea, quase três milhões de famílias sobreviviam apenas com o auxílio pago pelo governo. A queda generalizada na renda dos mais pobres no período atingiu principalmente os trabalhadores informais.
A dona de casa Gildete Neves conta que tem vivido das doações que recebe. “O auxílio emergencial cortaram e a gente está passando necessidade, porque ajudava muito. Agora, sem o auxílio, a bolsa [doações] que estão dando está ajudando bem mesmo.” Assim como ela, Rosie Ferreira acredita que toda ajuda é fundamental. “Se já existia desemprego, agora está pior. O meu esposo trabalha com vendas, mas não está vendendo. Eu estou sobrevivendo pela ajuda da cesta básica”, relata. Segundo a diretora da ONG Centro de Mulheres, Gilciara Neves, 12 toneladas de alimentos já foram entregues a mais de mil famílias em áreas pobres do Rio nos últimos meses. “Nós percebemos que essas mulheres da comunidade estão em vulnerabilidade, contando até mesmo com o auxílio emergencial. Algumas receberam, outras não.”
Fonte: Jovem Pan