Como o colapso da Índia diante da Covid-19 afeta o restante do mundo?

Número de mortes faz com que cremações sejam realizadas a céu aberto na Índia

Com quase 20% da população mundial, a Índia é o epicentro da Covid-19 no mundo e registrou um cenário de caos com falta de oxigênio e leitos para pacientes, recordes diários de contaminações e óbitos, uma variante potente do novo coronavírus e até mesmo cremações coletivas a céu aberto nas últimas semanas. Para alguns especialistas, os números oficiais da doença no país asiático, que tem 18,8 milhões de infectados e 208 mil mortes causadas pela Covid-19, pode estar subnotificado e ser ainda mais impactante. “A comunidade científica internacional sempre teve dúvidas a respeito da qualidade dos dados em relação ao número de óbitos e em relação ao número de casos do país, visto que tem uma população acima de um bilhão de pessoas e que não tem uma rigidez em relação a cumprir normas de prevenção como, por exemplo, outro país que também tem mais de um bilhão de pessoas, que é a China”, explica o médico membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime. Apesar de ficar a um continente inteiro de distância do Brasil, uma série de fatores faz com que o problema atual da Índia nos afete diretamente, assim como ao resto do mundo.

Mais contaminações criam variantes devastadoras

Assim como no Brasil, um dos reflexos da propagação desenfreada do novo coronavírus na Índia foi o surgimento de uma nova variante, mais infecciosa e resistente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a B.1.617, identificada pela primeira vez no país asiático e relacionada à escalada da segunda onda, já ultrapassou as fronteiras continentais e foi encontrada no Reino Unido, Singapura, Bélgica, Grécia, Itália e Suíça, correspondendo a quase 40% dos casos globais. Dados preliminares de um estudo feito nos Estados Unidos indicam que a Covaxin, imunizante produzido com tecnologia indiana, pode não ser capaz de neutralizar a variante. Com isso, as fronteiras começaram a se fechar em países como Estados Unidos e França, o que pode ser seguido por outros no futuro.


Fonte: Jovem Pan

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