Compensar tempo perdido é desafio para pais, alunos e escolas na volta às aulas

Na capital paulista, a capacidade das escolas será ampliada de 35% para 100% dos alunos, desde que as unidades consigam manter o distanciamento

Após 18 meses longe dos amiguinhos e dos professores, a Olívia, de 4 anos, finalmente vai voltar para a escola nesta segunda-feira, 2. Mesmo conseguindo acompanhar as aulas online, a menina não via a hora de estudar em uma sala de aula de verdade. A mãe, Juliana Guerra, conta que praticamente toda a família já está imunizada, permitindo que a Olivia pudesse retornar às aulas presenciais. “A gente queria que a vacinação avançasse para que ela tivesse a oportunidade de voltar à escola. Não só a nossa vacinação, mas dos avós, dos familiares mais próximos, dos professores e funcionários das escolas”, relata. A partir desta segunda-feira, o Brasil dá o pontapé inicial, pela primeira vez desde o início da pandemia, para uma reabertura maciça das escolas públicas. Enquanto as redes privadas de 11 Estados funcionam desde o começo do ano no sistema híbrido, apenas as redes estaduais de São Paulo e Santa Catarina viveram essa realidade.

Na capital paulista, neste 2º semestre, a capacidade das escolas será ampliada de 35% para 100% dos alunos, desde que as unidades consigam manter o distanciamento. O mês de agosto, porém, é apenas o começo de um longo processo de recuperação de aprendizagem. O Subsecretário de Articulação Regional da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Patrick Tranjan, reforça que amenizar as perdas é uma das principais prioridades. “A gente tem um programa de recuperação da aprendizagem, as escolas já iniciaram, a gente contratou professores específicos. Essa história de que ‘aprendizagem se recupera’ não é verdade. As pesquisas que a secretaria aplicou por meio de provas mostram que são 11 anos para recuperar prejuízos causados pela pandemia”, pontua.

Antonio Lamounier é diretor de duas escolas em São Paulo, associadas à Inspira Rede de Educadores, e conta que o foco agora é acompanhar cada aluno atentamente. “A gente tem acompanhamento pedagógico, ele é bastante personalizado por meio da orientação educacional de ter um olhar mais atento aluno a aluno para ver qual aluno precisa de uma assistência ou por alguma peculiaridade do aluno ou circunstâncias que surgiram na pandemia que foram aplificadas”, explica. A flexibilização para o retorno de um número maior de estudantes não significa menos proteção. O uso de máscaras por parte de alunos e funcionários permanece obrigatório, além da orientação da utilização do álcool em gel e do distanciamento social.


Fonte: Jovem Pan

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