O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira, 4, por uma maioria de 32 votos uma resolução a favor de que uma comissão internacional de inquérito apure prováveis violações dos direitos humanos e do direito humanitário na Ucrânia após a invasão da Rússia ao país vizinho em 24 de fevereiro. Após a votação da Assembleia Geral das Nações Unidas, no início desta semana, que exigiu que Moscou encerrasse o conflito, a Rússia sofre mais uma derrota com a resolução que contou apenas com dois votos contra, sendo eles da própria Rússia e da Eritreia, além de 13 abstenções.
Minutos antes da votação, a embaixadora da Ucrânia na ONU, em Genebra , Yevheniia Filipenko, disse ao Conselho de Direitos Humanos que há “provas irrefutáveis ??de violações graves e sistemáticas dos direitos humanos, bem como crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos pela Rússia (…) “É nosso dever comum garantir a responsabilidade exigindo a documentação e verificação dos crimes da Rússia e a identificação dos responsáveis”, disse ela. A ONU não pode tomar decisões juridicamente vinculativas, mas suas deliberações representam mensagens políticas importantes para os países e podem autorizar investigações, como a que será realizada pela comissão de três pessoas criada pela votação desta sexta-feira.
A Rússia, que desde 24 de fevereiro chama sua invasão ao território ucraniano de “operação especial”, nega o ataca a civis no país vizinho. Na última quinta-feira, 3, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, voltou a insistir que as Forças Armadas russas estão atacando apenas alvos militares na Ucrânia, mas também falou em “dano colateral”, ao se referir aos civis vitimados durante o confronto bélico.