O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta sexta-feira, 18, a abertura de processo contra o deputado Arthur do Val. O parlamentar é alvo de 21 representações unificadas por quebra de decoro após o vazamento de áudios com comentários machistas sobre mulheres ucranianas. A abertura do processo foi aprovada por unanimidade, com oito votos. Apenas o deputado Delegado Olim (PP) não estava presente na votação. A ação pode resultar na cassação do mandato. Arthur do Val terá agora cinco sessões para apresentar sua defesa. Depois disso, a presidente do conselho, Maria Lúcia Amary (PSDB), indicará um relator para apresentar seu voto. Em seguida, os deputados devem votar contra ou a favor do parecer e decidem por uma penalidade ou arquivamento do caso. A defesa de Arthur afirma que o deputado merece ser punido, mas alega que a possível cassação é um exagero.
Após a repercussão negativa dos áudios, o deputado saiu do Podemos, se afastou do MBL e enviou uma carta aos colegas da Alesp em que afirmou que não concorreria à reeleição. O parlamentar, no entanto, disse que a cassação de seu mandato é uma medida “excessiva”. “Assumo e entendo a necessidade desta Casa em aplicar-me uma punição. É justo e necessário. Entretanto, peço encarecidamente que considere a ausência de dolo e de dano a terceiros na dosimetria da pena. Se de um lado a punição é necessária, de outro, a cassação se faz excessiva. Acredito que essa Casa terá a serenidade para aplicar uma pena justa, como suas tradições sempre mostraram”, disse.