Pela primeira vez em dez anos o contrabando de cigarros no Brasil diminuiu 49%. A pandemia, segundo uma pesquisa feita pelo Ibope/Inteligência/Ipec, foi o fator preponderante para a diminuição da entrada de cigarros ilegais vindos do Paraguai. A pesquisa aponta que 38% dos cigarros consumidos por brasileiros são contrabandeados. Apenas 11% são produzidos nacionalmente. Só em 2020, 53,9 bilhões de cigarros ilegais conseguiram circular no Brasil. Já o mercado legal de cigarros cresceu 8 pontos em relação a 2019, saindo de 43% para 51%. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, Edson Vismona, a pandemia ajudou o mercado do tabaco. “O contrabando passou a ter uma queda, mas repito: foi circunstancial. A nossa preocupação é que com a retomada da economia, eles queiram novamente aproveitar a oportunidade, porque eles sempre são oportunistas, e retomar novamente o crescimento de mercado”, analisou.
Outros dois fatores que também ajudaram a conter o contrabando de cigarros foram a alta do dólar e o fechamento parcial das fronteiras, exemplos claros do isolamento social. Com isso, a indústria do tabaco no Paraguai deixou de produzir. Hoje, com a moeda norte-americana passando de R$ 5, o preço médio do cigarro ilegal passou de R$ 3,44 em 2019 para R$ 4,44, chegando perto do cigarro nacional tributado que não pode ser vendido por menos de R$ 5. Edson Vismona destaca a importância do consumidor brasileiro em não consumir o cigarro paraguaio. “Esse dinheiro que um fumante de um cigarro contrabandeado gasta vai direto para as organizações criminosas, para as milícias”, explicou. O estudo feito pelo Ibope/Inteligência indica que o brasil tem poderes políticos para diminuir o contrabando de cigarros.
*Com informações do repórter Maicon Mendes
Fonte: Jovem Pan