O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), deu indícios que pode ser candidato à Presidência da República em 2022. Preterido por João Doria durante as prévias do partido e averso à reeleição, o gaúcho está sem futuro definido para o pleito deste ano. Por isso, o nome de Leite se tornou uma opção para Gilberto Kassab (PSD), caso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), recue. Em reunião na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) nesta sexta-feira, 18, Leite afirmou estar disposto a apresentar um “caminho alternativo” ao Brasil. Mas uma vez, ele deixou claro que esse caminho não será uma reeleição ao governo do Estado. “Eu insisto: já me manifestei diversas vezes com a minha crítica à reeleição”, apontou Leite.
“Eu tenho sido demandado por diversas pessoas que entendem que a reeleição seria interessante. E agradeço, isso me envaidece, sou um ser humano, e tenho minhas vaidades também, como qualquer um. Mas entendo que minha missão foi e está sendo cumprida neste período, e que a gente pode passar o bastão adiante, garantindo a continuidade do projeto para o Estado. Mais importante do que a pessoa, é o projeto”, continuou o governador, que assumiu estar sendo cortejado por outros partidos. “E, de fato, estou sendo provocado novamente sobre o cenário nacional. Olha, passar um cavalo encilhado já não é fácil, passar dois não dá para a gente desprezar”, brincou com os empresários. Ainda no começo de sua fala, Leite deu a indicação mais concreta de que pode entrar na corrida presidencial. “Como é, possivelmente, uma das minhas últimas falas aqui como governador, não sei se até o final do ano ou se até logo mais, em março, né, Ranolfo?”, questionou Leite a seu vice, o delegado Ranolfo Vieira Júnior. Para disputar as eleições à Presidência, o governador deve renunciar até abril.
“Eu não acho que estas eleições devam ser vencidas porque os outros são piores, mas mostrar um projeto melhor, um caminho melhor. Essa é a minha visão, e muita gente acredita nisso e estamos conversando, sim, sobre criar uma alternativa com serenidade, com tranquilidade. Tem muita fofoca de que: ‘Vai filiar amanhã, de que vai sair, vai fazer’. Nada disso é realidade”, disse o governador, que assegurou que “não a qualquer definição” neste momento. “Agora, de fato, existe um grupo, um conjunto de pessoas que entende que eu possa, de alguma forma, reunir as características que ajude a liderar esse projeto. Política se faz assumindo riscos, a gente não entra em aventura, mas a gente entende que são riscos que podem ser tomados. Eu me realizo, como disse, com o sentimento de missão, na vida pública, e se for de fato algo consistente e a gente tenha apoio para isso, eu tenho coragem de me colocar à disposição para apresentar um caminho alternativo”, finalizou.