Covid-19: Aumento de internações tem relação com flexibilização de medidas, dizem especialistas

Porcentagem de casos e mortes se manteve estável na cidade de SP, com um acréscimo, respectivamente, de 2,34% e 0,7% na última semana

O aumento no número de internações por Covid-19 em alguns dos principais hospitais privados da cidade de São Paulo já começa a ser observado também nos hospitais municipais. Em uma semana, as internações na cidade por causa da doença subiram de 581 para 644, um aumento de 10,84%, de acordo com dados da ferramenta Info Tracker, desenvolvida por pesquisadores da Unesp e da USP. Além disso, o governo anunciou, nesta segunda-feira, 16, que a última semana epidemiológica se manteve estável em relação à anterior quanto ao número de novos casos (3.664) e óbitos por Covid-19 (88), mas registrou uma alta de 18% nas internações no Estado — de 859 para 1.009, considerando hospitais públicos e privados. Especialistas afirmam que ainda é cedo para falar em uma segunda onda da doença em São Paulo, e atribuem o aumento de internações à flexibilização e ao relaxamento no cumprimento das normas básicas de higiene, como lavar as mãos, usar máscaras e respeitar o distanciamento social.

“Acho complicado neste momento falarmos em uma segunda onda, porque temos que partir do princípio de que a primeira onda nos estados e municípios acabou, e isso efetivamente não aconteceu no Brasil”, afirmou à Jovem Pan o professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) José Rocha Faria Neto, que está à frente do estudo que monitora a evolução da Covid-19, ligado ao Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica da Universidade (Epicenter). O especialista observa que, em países como França, Itália e Reino Unido, onde claramente vemos hoje uma segunda onda da doença, durante cerca de vinte semanas houve uma diminuição brusca nos números de casos, até que ressurgissem. Além disso, análises realizadas pela Universidade de Basel, pela Escola Politécnica Federal de Zurique e pelo consórcio espanhol SeqCovid-Spain, liderado pelo Centro Superior de Pesquisas Científicas (CCSI), indicam uma mutação do genoma do vírus, que teria contribuído para a disseminação da doença na Europa.


Fonte: Jovem Pan

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