CPI da Covid-19 aprova nova convocação de Marcelo Queiroga

Data da terceira oitiva de Queiroga será definida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que preside a CPI

A CPI da Covid-19 aprovou, na manhã desta quinta-feira, 7, a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele será ouvido pela terceira vez. A data será definida pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). O requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) foi apresentado após a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) desistir de votar um parecer do órgão que atesta a ineficácia de medicamentos do chamado “kit-Covid”. “Azitromicina e hidroxicloroquina não mostraram benefício clínico e, portanto, não devem ser utilizados no tratamento ambulatorial de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19”, diz um trecho do relatório. Previsto para ser votado na reunião de hoje, o item foi retirado de pauta. De acordo com os membros da CPI, houve interferência política do presidente Jair Bolsonaro.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que a decisão atendeu a um pedido do médico Carlos Carvalho, coordenador do grupo de especialistas do colegiado. “O Ministério da Saúde informa que o coordenador do grupo de especialistas, que está elaborando as diretrizes do tratamento ambulatorial dos pacientes com Covid-19, solicitou que o relatório fosse retirado de pauta pela publicação de novas evidências científicas dos medicamentos em análise. O documento será aprimorado e vai ser pautado assim que finalizado”, diz o texto.

Apesar do posicionamento da pasta, os parlamentares da CPI da Covid-19 afirmam que houve um interferência política do Palácio do Planalto. De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, o presidente Jair Bolsonaro ordenou que auxiliares transmitissem a Queiroga a ordem para que o relatório da Conitec fosse retirado de pauta. “O senhor presidente da República se reuniu anteontem com Pazuello, com o general Ramos e mandou a ordem para o Marcelo Queiroga. ‘Tira da pauta, não vota’. É uma intervenção. Eu não tenho conhecimento de uma intervenção tão abusrda em uma decisão técnica do âmbito do SUS e do Ministério da Saúde quanto esta”, relatou Rodrigues.


Fonte: Jovem Pan

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