O depoimento de Luciano Hang na CPI da Covid-19 não é consenso entre os senadores da comissão. A oitiva do dono da rede de lojas Havan está prevista para a quarta-feira, 29, mas a decisão sobre sua ida ao Senado será tomada em uma reunião do G7, formado por oposicionistas e independentes, na noite desta segunda-feira, 27, na residência do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente do colegiado. O principal defensor da presença do empresário bolsonarista é o relator, Renan Calheiros (MDB-AL). O emedebista avalia que Hang pode esclarecer detalhes sobre o financiamento e a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus. Ele também deve ser questionado sobre o atestado de óbito de sua mãe, Regina Hang. Segundo um dossiê enviado por 12 médicos e ex-médicos da Prevent Senior à CPI, ao qual a Jovem Pan teve acesso, o documento foi fraudado.
Os demais parlamentares temem, no entanto, que a sessão seja tumultuada e pouco produtiva. Na última semana, a convocação do apoiador do presidente Jair Bolsonaro causou um bate-boca entre Calheiros e Jorginho Mello (PL-SC), aliado do governo federal. Aos gritos de “picareta”, “vagabundo”, “vigarista” e “ladrão”, os colegas de Casa precisaram ser contidos por outros integrantes da CPI. Mais cedo, Hang gravou um vídeo algemado. “Se por acaso eles não aceitarem aquilo que eu vou falar, já comprei uma algema. Vou entregar uma chave para cada senador. E que me prendam”, disse.
Fonte: Jovem Pan