CPI da Covid-19 ouve reverendo que negociou 400 milhões de doses da AstraZeneca nesta terça

Comissão também vai investigar médicos do Ministério da Saúde que estariam incentivando o uso de cloroquina no momento mais crítico da pandemia no Amazonas

A CPI da Covid-19 vai ouvir nesta terça-feira, 3, o reverendo Amilton de Paula, que é presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, entidade sem vínculo com o governo federal. Ele teria intermediado a negociação de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca com a Davati Medical Supply. Ex-cabo da Polícia Militar em Minas Gerais, Luiz Paulo Dominguetti que diz ser um representante da empresa americana, afirmou em depoimento à comissão que o reverendo teve participação nas negociações. Nesta quarta-feira, os senadores ouvirão o ex-secretário do Ministério da Saúde Coronel Marcelo Blanco, que teria apresentado Dominguetti a Roberto Dias, ex-diretor de logística da pasta. Aos senadores, Dominguetti afirmou que Blanco também estaria no jantar em que dias, supostamente, pediu propina de 1 dólar por dose de vacina nas negociações com a empresa.

Na quinta-feira, 5, quem presta depoimento é Airton Cascavel, que foi assessor especial da Saúde durante a gestão  do general Eduardo Pazuello e é investigado pelo Ministério Público por supostamente ter atuado em ações de combate à pandemia quando ainda não tinha um cargo oficial na pasta. O senador Izalsi Lucas (PSDB) espera que essa segunda etapa da CPI da Covid-19 olhe mais para os Estados e municípios. “Você já tem provas contundentes de desvios de recursos. Em Brasília não é suspeita, já existem documentos bastante robustos, inclusive documentos do Ministério Público, da própria Justiça, onde demonstram toda a operação envolvendo essa empresa Precisa“, afirmou. A comissão também vai investigar médicos do Ministério da Saúde que estariam incentivando o uso de cloroquina no momento mais crítico da pandemia no Amazonas. Vídeos mostram os medicamentos sendo encaixotados com destino à Manaus e médicos fomentando o uso das medicações.


Fonte: Jovem Pan

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