Em São Paulo, o relator e o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação da Prevent Senior na pandemia entregaram ao Ministério Público de São Paulo o relatório final da comissão, que possui mais de mil páginas a respeito das acusações contra a empresa de saúde. Segundo o relator da comissão, Paulo Frange, constam inúmeros depoimentos de vítimas e parentes de pessoas que tiveram quadros de Covid-19 agravados pela ingestão do famoso kit Covid. “Uma pesquisa que é uma fraude, a pesquisa da cloroquina, que foi publicada sem revisão”, menciona o parlamentar, citando o estudo que teria baseado a decisão e o uso de remédios como a cloroquina para o tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus. Diante da gravidade das acusações e consequências, o relatório final pede o indiciamento de 20 pessoas ligadas à Prevent Senior, incluindo os donos da empresa. “Então indiciamos essas pessoas, aqueles que assinaram a pesquisa e aqueles que assinaram o protocolo de manejo clínicos. Baseado em fatos, não em especulações”, afirmou Antonio Donato (PT), presidente do colegiado da Câmara Municipal.
O documento será avaliado pela força-tarefa do Ministério Público. Recentemente, a Polícia Civil de São Paulo concluiu a investigação e entendeu que a empresa não teria cometido nenhuma infração, o que não agradou alguns parlamentares. Nesta semana, senadores da Frente Parlamentar do Observatório da Pandemia enviaram documento questionando o fim da investigação da Polícia Civil sobre o caso. O resultado da corporação é bem diferente do apresentado pelos vereadores de São Paulo. “Ouvimos os médicos da Prevent, médicos denunciantes, ouvimos familiares das vítimas, ouvimos o senhor Tadeu, que foi uma vítima e sobreviveu. […] A gente procurou oferecer ao Ministério Público um trabalho muito consistente e uma proposta de indiciamento muito fundamentada. A gente confia no nosso trabalho e a Polícia Civil que explique o deles”, disse Donato.
*Com informações do repórter Vinicius Rangel