Cúpula de ambição climática é marcada por metas ambiciosas para redução de gases poluentes

Medidas podem resultar em tarifas e prejudicar acordos, como o que foi fechado entre Mercosul e União Europeia

O Brasil ficou de fora da lista dos mais de 70 participantes do evento nesse fim de semana. A Cúpula virtual marcou os cinco anos da adoção do Acordo de Paris, atacado nos últimos meses por países como os Estados Unidos. A reunião tinha como como objetivo incentivar as nações a assumir promessas ambiciosas de enfrentamento das mudanças climáticas. Já as metas do Brasil foram consideradas, no entanto, insuficientes e pouco arrojadas pelos organizadores. O coordenador de comunicação do Observatório do Clima, Cláudio Ângelo, explica que a meta do governo permite o contrário — o aumento da poluição.

“Então, quando o Brasil oferece a nova meta sem ajustar os percentuais indicativos daquela época tendo em vista a mudança da linha de base, o que a gente faz, na prática, é se comprometer a aumentar as emissões do Brasil, em 2030, em 400 toneladas de gás carbônico. Então o Brasil se compromete com menos ambição em um momento que todos se comprometem com mais ambição. Foi por isso que o Brasil foi cortado.” O especialista destaca, ainda, que a política brasileira vai na contramão do movimento global. Na avaliação dele, as medidas podem resultar em tarifas e prejudicar acordos, como o que foi fechado entre Mercosul e União Europeia. Segundo Cláudio Ângelo, cortar a emissão de gás estufa e diminuir o desmatamento não impactariam na geração de emprego e de riquezas.


Fonte: Jovem Pan

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