‘Defendo o sistema que dá certo desde 1996’, diz Marco Aurélio sobre volta do voto impresso

O ministro Marco Aurélio participou de sua última sessão plenária no STF na quinta-feira, 1º

O ministro, Marco Aurélio Mello, que se aposenta no dia 12 de julho, durante o recesso do Judiciário, relembrou, nesta sexta-feira, 2, os seus 31 anos no cargo e avaliou o futuro do do Supremo Tribunal Federal (STF) após a sua saída. O ministro, que chegou ao STF em junho de 1990, indicado pelo por Fernando Collor de Mello, acredita que houve mudanças na forma que o brasileiro enxerga a Corte por causa do teor das matérias votadas nos últimos anos. “O Supremo, talvez, à época  [que entrei], era mais austero. Hoje em dia, como nós estamos lidando com matérias de interesse da sociedade, nós vamos para a vitrine. Com isso, evidentemente, o estilingue funciona. Ou seja, as críticas surgem”, disse o Marco Aurélio em entrevista ao Jornal da Manhã. “As críticas são bem-vindas, desde que construtivas. Não cabe criticar por criticar. Nós precisamos, todos nós brasileiros, contribuir para o robustecimento da democracia e para a permanência do estado democrático de direito”, argumentou.

Um dos cotados para assumir o posto, o advogado-geral da União, André Mendonça, foi elogiado por Marco Aurélio pela sua experiência. O procurador-geral da República, Augusto Aras, também apontado como possível substituto, recebeu a benção do ministro, que lembra, no entanto, que o lista de candidatos é muito vasta. “Ambos são concursados. André Mendonça para a AGU e doutor Aras para o Ministério Público Federal. Mendonça foi, até pouco tempo, um ministro da Justiça. André Mendonça tem uma trajetória que revela experiência na arte de lidar com o Direito. A mesma coisa digo de Aras”, avaliou. “Agora o celeiro de candidatos é muito grande. Temos os tribunais superiores, a Academia e, portanto, o presidente da República, Jair Bolsonaro, pode escolher o melhor nome para a cadeira, percebendo que essa escolha é praticamente definitiva, uma vez aprovado o nome pelo Senado Federal. Com a posse, se tem alguém que realmente se pronuncia por último, já que o Supremo decide controvérsias, aprecia a harmonia ou não de ato normativo de lei aprovada pelo Congresso com a constituição e, portanto, é um órgão de cúpula na organização da própria República”, explicou.


Fonte: Jovem Pan

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