O deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, disse à Jovem Pan que o auxílio-diesel de R$ 400 prometido pelo presidente Jair Bolsonaro “pegou mal” entre os caminhoneiros e foi visto como “esmola” pela categoria. Em grupos de WhatsApp, os trabalhadores também criticaram a promessa do chefe do Executivo federal, classificada como “piada de mau gosto” e “papo furado”. “Esse auxílio de 400 reais, dentro do grupo, pegou muito mal. Foi visto como esmola, um assistencialismo eleitoreiro oportunista. Os caminhoneiros entenderam que serão mais uma parcela da população que só será atendido por assistencialismo”, afirmou à reportagem. “Naquela paralisação de 2018, Bolsonaro gravou um vídeo apoiando a categoria, dando a entender que trataria de forma objetiva a questão dos caminhoneiros. A categoria não quer tratamento diferenciado, mas em relação a alguns problemas, ele disse que resolveria. O pessoal me chama de traidor, mas no ano passado fui o terceiro que mais votou com o governo. Não sou contra o presidente, sou a favor do Brasil e da solução aos caminhoneiros”, segue o parlamentar.
Em nota, o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como “Chorão”, afirma que o valor do auxílio cobre apenas 13% do abastecimento completo de um caminhão – cerca de 80 litros para uma capacidade de 600 litros. “Uma proposta que não resolve nada e é mais um ‘balão apagado’ para a categoria colecionar de promessas do governo que ajudou a eleger”, diz o texto. Chorão destaca que a greve, aprovada em meados de outubro e marcada para o dia 1º de novembro, está mantida. As reivindicações também estão mantidas. “Queremos estabilidade dos preços dos combustíveis, um fundo de colchão para amenizar volatilidade, mudança na política de preços da Petrobras, aposentadoria especial a partir dos vinte e cinco anos de contribuição e, acima de tudo, queremos respeito e cumprimento da Lei do Piso Mínimo de Frete”, acrescenta o texto. “Não há razão para que o governo federal não atenda as reivindicações de quem não deixou o país para trás e trabalhou para que nada faltasse a nenhum brasileiro”, finaliza.
Fonte: Jovem Pan