Desigualdade salarial entre homens e mulheres diminui, mas ainda é alta no Brasil

De 1998 a 2018, o salário delas saltou de R$ 3.232 para R$ 3.814, enquanto o deles passou de R$ 4.070 para R$ 4.422

Formada em administração, Aline Monteiro passou anos trabalhando como bancária e na área de recursos humanos. Conforme o tempo foi passando, mesmo crescendo na carreira, ela percebia sempre uma dificuldade: seu salário era menor que o de homens que estavam na mesma posição que ela. Cansada da situação, Aline resolveu largar tudo e transformar o que era hobbie em profissão: foi trabalhar como tatuadora em tempo integral. Mesmo com a mudança, hoje, seis anos depois, ela ainda enfrenta dificuldades por ser mulher.

“Quando você vai em um estúdio de tatuagem e tem um homem e uma mulher, a maioria dos homens querem fazer com homem. Já aconteceu de um homem marcar horário comigo, chegar no estúdio, querer conversar com o meu marido. E, depois que se deu conta que o trabalho que chamou a atenção dele na internet era meu, ele ficou conversando, foi embora e não voltou mais. Eu consegui, sim, enfrentando bastante preconceito porque muitas vezes quero saber mais sobre máquinas, tintas. E é homem que fala sobre isso, a maioria. Sempre preferem explicar para o marido.”

De acordo com um levantamento da Vagas.com, as mulheres ainda têm renda inferior aos homens, mas registraram aumentos maiores que o sexo oposto ao longo dos últimos anos. Elas tiveram alta de 18% na remuneração de 2019 a abril de 2021, o dobro do resultado conquistado pelos homens — que foi de 8,64%. De 1998 a 2018, o salário das mulheres saltou de R$ 3.232 para R$ 3.814, enquanto o do público masculino passou de R$ 4.070 para R$ 4.422. Especialista em Inteligência de Negócios da Vagas.com, Rafael Urbano explica que esse aumento na remuneração está ligado a maior escolaridade feminina.


Fonte: Jovem Pan

Comentários