Devo fazer testes de imunidade contra a Covid-19? Especialistas tiram dúvidas

Testes de anticorpos contra a Covid-19 devem ser analisados com cautela e por um médico

Entre as muitas questões trazidas pela Covid-19, está a dúvida sobre a duração da imunidade conferida pela doença e pela vacina e sobre quão efetiva é essa proteção. Para obter as respostas, algumas pessoas têm procurado realizar testes para descobrir a quantidade de anticorpos presentes em seus organismos, mas especialistas entrevistados pela Jovem Pan recomendam cautela na interpretação desses resultados. Isso porque os testes disponíveis no mercado se baseiam na identificação de anticorpos, mas a resposta imune é complexa e não depende apenas da produção dessas moléculas. Para explicar as questões, a reportagem conversou com a Dra. Annelise Correa Wengerkievicz Lopes, diretora de Comunicação e Marketing da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), e com o virologista da DASA, José Eduardo Levi.

A médica Annelise Correa explica que os tipos de testes disponíveis no mercado mudaram muito no último ano. “A gente tem uma primeira geração de testes para pesquisa de anticorpos que entraram no mercado a partir de maio e junho do ano passado. Eram testes que a gente utilizava para fazer diagnóstico tardio da Covid-19. Eram recomendados para aquelas pessoas que desenvolviam sintomas, não conseguiam fazer um PCR, ou para aquelas que o PCR dava negativo, mas ela continuava com a suspeita clínica. Depois de duas semanas da doença, a gente fazia esses testes sorológicos para conseguir fazer um diagnóstico retroativo da Covid-19”, explica a especialista sobre os testes conhecidos como IgG e IgM. A principal novidade de 2021 foi a introdução do teste de anticorpos neutralizantes. “Esse ensaio mede a capacidade dos anticorpos que a gente tem no organismo de neutralizar aquela ligação do receptor ACE-2, que é da célula humana, com o RBD, que é aquela estrutura que o vírus se liga ao nosso organismo”, detalha a médica. “Com base nesse teste de anticorpos neutralizantes também foi desenvolvida uma segunda geração de testes que são os IgG anti-RBD. São ensaios que detectam especificamente anticorpos produzidos contra o RBD, que é aquela ‘porçãozinha’ que o vírus usa para entrar na célula. Também é um ensaio mais específico para você detectar anticorpos funcionais. Esse teste atingiu uma sensibilidade muito maior por causa da melhoria da tecnologia”, acrescenta Annelise.


Fonte: Jovem Pan

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