Ela é exuberante. No tanto de verde, no tanto de animais, no tanto de água. É impossível fechar os olhos para a grandiosidade da maior reserva natural do mundo. Você sabe de quem a gente tá falando. A Floresta Amazônica: bioma, que atravessa a fronteira entre países. A maior porção está presente em território brasileiro. Em um momento em que a espécie humana começa a entender o protagonismo de todos na casa chamada planeta terra, revendo ações de impacto na natureza, seria lindo um dia para celebrar a Amazônia. Mas os motivos para celebração não são muitos. Ao contrário, a Fundação Amazônia Sustentável recolheu no sábado, 4, uma tonelada de lixo do rio Tarumã-Açu, em Manaus. A ação, com mais de 70 voluntários e apoio de empresas, foi justamente para marcar o dia da floresta. A degradação vem aumentando. Um estudo recente divulgado pela revista cientifica “Nature” revela que as queimadas que atingiram a Amazônia nos últimos 20 anos afetaram o habitat de 85% das especies de plantas e animais ameaçados de extinção. O fogo e o desmatamento tem impacto também nas atividades econômicas.
O professor de geografia da USP, Luis Antônio Venturi lembra porque a Amazônia é conhecida como “pulmão do mundo”.”A revista pesquisa Fapesp no número 285 publicou um artigo muito interessante mostrando o quanto a manutenção da floresta aumenta a produtividade por causa da manutenção da umidade. Uma só árvore é capaz de bombear 500 litros de água do subsolo para a atmosfera pela evapotranspiração. Então o desmatamento não é só uma tragédia ambiental e hidrológica, é uma tragédia econômica também. Nós estamos muito aquém de entender o conceito de saúde única em que o homem só está bem se o planeta está bem”, diz o professor. Se o regime de chuvas vai mal, vai mal não só na floresta. O impacto pode ser sentido nas plantações em outros Estados. Luis ressalta que o agronegócio nacional tem tecnologia suficiente para avançar com sustentabilidade. “A agropecuária brasileira já e bastante avançada, pelas pesquisas da Embrapa, para aumentar a produtividade sem ter que devastar áreas florestadas ainda. É só uma questão de decisão política e de inteligência”, argumenta Venturi. O tempo de mudanças é agora. Para que mais adiante possamos de fato comemorar esta data
*Com informações da repórter Carolina Abelin
Fonte: Jovem Pan