Debate do PSDB opõe João Doria e Eduardo Leite com críticas de Arthur Virgílio aos excessos na disputa interna pela vaga à presidência da República. O chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, foi o protagonista natural do evento. Sobraram críticas pesadas à sua condução da pandemia, política econômica, desemprego, inflação e combustíveis. O ex-prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio cobrou os governadores pelo apoio ao presidente durante a campanha de 2018. “Eduardo, é uma questão de amor ao partido. Você teria vencido as eleições sem ter votado no Bolsonaro?”, questionou Virgílio. Leite garantiu que “não vendeu a alma” para ganhar a eleição. “Manifestei o meu voto, mas não foi um apoio. Tanto é que comecei a eleição no segundo turno com 60% nas pesquisas e terminei com 53%. Perdi votos por não ter feito uma adesão em um Estado onde o Bolsonaro ganhou já no primeiro turno enquanto o meu adversário fez a adesão. Eu sempre fui muito claro, muito objetivo nas minhas posições. Não vendo a alma para ganhar a eleição a qualquer custo”, rebateu o governador do Rio Grande do Sul.
A campanha de João Doria no segundo turno criou o Bolsodoria, uma aliança entre o candidato a governador e o candidato à Presidência. Mas agora o tucano faz uma autocrítica. “Em relação ao presidente Bolsonaro, eu errei como o Eduardo errou, como outas pessoas erraram. Aliás, 65% da população brasileira cometeu esse erro, esse equívoco. Eu não tenho compromisso com o erro e não erro duas vezes. A nossa posição é claramente em defesa da democracia, das liberdades e do direito da população de discordar”, enfatizou. Quando os partidos precisam fazer prévias, eles defendem que a disputa irá revigorar a legenda, permitir a participação dos filiados, mas, na prática, muitas vezes essa primeira disputa interna fragiliza propriamente a futura candidatura. Como contar de fato com o grupo que perdeu? São vários os exemplos de maior divisão e muitos menos união. No PSDB, nos últimos dias, o clima esquentou, com provas de que o partido sairá unido dessa disputa apenas no discurso.
Fonte: Jovem Pan