Em meio a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio nesta sexta-feira, 23, e cinco anos após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a Prefeitura da cidade anunciou um novo plano de legado de 2016. Esse novo plano prevê a participação da iniciativa privada, que vai assumir três instalações do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. A exploração será por 15 anos, com contrapartidas e obrigações. Além disso, a Prefeitura prevê que duas arenas modulardes, temporárias, vão se transformar em quatro escolas públicas da cidade. O plano de legado Olímpico prevê também a construção de uma pista de atletismo e uma piscina para treinamentos.
A Arena Carioca 3 vai se transformar em um centro de capacitação e qualificação esportiva. Os Jogos de 2016 custaram mais de R$ 40 bilhões. O prefeito Eduardo Paes mantém o discurso da época: foram os Jogos Olímpicos mais baratos de toda a história porque 55% dos recursos vieram da iniciativa privada. No entanto, ainda há muitos problemas relativos aos Jogos de 2016 vivos e efervescentes na capital. Paes garante que não há frustração com os Jogos, que não geraram desperdícios — apenas decepção com o antecessor, que não colocou em pratica o plano de legado. “Fica a sensação de que houve desperdício. Essas foram as Olímpiadas mais baratas da história, com maior número de recursos privados. Não tem um elefante branco aqui. A única tristeza que tenho é da cidade ter sido abandonada. A minha cidade foi abandonada nos últimos quatro anos.”
Dos mais de R$ 40 bilhões gastos nos Jogos do Rio de Janeiro, R$ 14 bilhões foram consumidos por arenas esportivas, que foram construídas, e comitê organizador. O restante é o chamado legado urbano. Porém, ele ainda tem muitas barreiras e obstáculos para serem vencidas — os problemas estão vivos no dia a dia da cidade. A Linha 4 do Metrô não foi completamente finalizada. O corredor Transbrasil, que deveria ficar pronto para 2016, ligando a Zona Oeste ao Centro, só deve ser concluído do ano que vem. E o sistema BRT, que transportou muita gente na época, está sucateado sob intervenção da Prefeitura, que precisa de pelo menos mais um ano para melhorar a qualidade dos serviços.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga