Com o aumento dos casos de Covid-19 em Hong Kong, as autoridades da ilha têm adotado diariamente medidas para controlar a situação. Nesta sexta-feira, 18, a chefe do Executivo do território, Carrie Lam, anunciou que estão preparando planos para submeter os 7,5 milhões de habitantes da cidade a um teste de Covid-19. “Uma das medidas que estamos preparando com muita seriedade é um teste universal obrigatório”, disse Lam em entrevista coletiva. Esses testes já são realizados rotineiramente na China continental, cujas autoridades observam uma política de “Covid zero” que às vezes os leva a confinar cidades inteiras por semanas.
Nos dois anos de pandemia, Hong Kong registrou um pouco mais de 12 mil casos de Covid-19, devido à adoção de um isolamento severo. Agora, com a variante Ômicron altamente contagiosa, os casos aumentaram 16 vezes nas duas últimas semanas. Só nesta sexta-feira foram registrados mais de 11 mil novos casos, e o sistema hospitalar está completamente sobrecarregado. Este é o pior cenário que a ilha já viveu até hoje. Mas, mesmo com os altos números de casos, Lam descartou a possibilidade de confinar Hong Kong, pois é uma medida difícil de aplicar numa cidade cuja densidade populacional é uma das mais altas do mundo e onde a habitação é muitas vezes escassa e partilhada.
Trabalhadores abandonados em plena onda de covid
Com a atual situação de Hong Kong, muitos trabalhadores domésticos foram abandonados por seus empregadores. Segundo coletivos locais, os trabalhadores foram brutalmente demitidos por seus empregadores após contraírem o vírus e estão dormindo nas ruas. As instituições de caridade locais informam que alguns deles estão impossibilitados de terem acesso a cuidados médicos. Hong Kong possui cerca de 370 mil empregados domésticos estrangeiros, principalmente mulheres filipinas e indonésias e, de acordo com a lei, os trabalhadores precisam ser alojados na casa de quem os contrata, não podendo mudar de emprego e tendo apenas um dia de descanso por semana.
Eleições adiadas pela primeira vez
Pela primeira vez desde que Hong Kong foi devolvido a Pequim pelo Reino Unido, as eleições para chefe-executivo foram adiadas devido à alta no número de casos de Covid-19 que a ilha enfrenta. O anúncio foi feito nesta sexta-feira por Carrie Lam. Com o adiamento, a eleição que estava prevista para acontecer no dia 27 de março foi para o dia 8 de maio. A decisão veio após o presidente da China, Xi Jinping, falar que a prioridade no momento é a contenção do surto e pressionar o governo local para medidas mais rígidas.
*Com informações da AFP