Segundo a prefeitura de Petrópolis, no Rio de Janeiro, foram registrados pelo menos 269 deslizamentos de terra no município nos últimos dias, além do desabamento de dezenas de casas e alagamentos. Em meio às novas cenas do desastre, a solidariedade ajuda a aliviar o sofrimento de vítimas. A todo momento, voluntários chegam com doações de roupas e alimentos. A distribuidora de energia Enel está organizando doações feitas pela própria empresa, por parceiros e também por voluntários que queiram ajudar, como explica o responsável pela unidade operacional da região, Rafael Rolim: “Já serão entregues 400 cestas básicas pela ONG Ação da Cidadania. Também, nos próximos dias, 3 mil kits de higiene pessoal também serão entregues pela ONG Rio Solidário, além da destinação de geladeiras no programa eficiência energética. Estamos dedicando todos os nossos esforços para ajudar o município no trabalho de recuperação da cidade e atuando em conjunto com a Defesa Civil no estabelecimento breve da energia no município”, disse.
Cerca de 150 pessoas que tiveram que deixas as suas casas, que perderam tudo, estão sendo acolhidas pela igreja de Santo Antônio. O bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, ressalta a importância da ajuda. “Nesse momento, o nosso principal trabalho é acolher as pessoas. Muitas casas foram destruídas. Muitas famílias viram os seus parentes mortos. O que nós estamos fazendo aqui é acolher, principalmente dar alimento, dar dignidade, dar uma boa palavra, para que essas pessoas possam se sentir um pouco mais confortáveis em meio a uma grande tragédia”, afirma o bispo.
Novas cenas da tragédia provocada pelas fortes chuvas não param de surgir, dando a dimensão da situação em Petrópolis. Registros feitos com um celular mostram dois ônibus sendo tombados e sendo engolidos pelo alagamento. Em um primeiro momento, os veículos ainda estão com parte fora da água. Pessoas tentam escapar pelas janelas e ajudar os outros passageiros. Na sequência, os ônibus afundam completamente e o grupo é levado pela correnteza. Em muitos pontos da cidade, o cenário é de destruição. Bombeiros e a comunidade seguem a busca por sobreviventes.
Chorando, a professora Márcia Barbosa relata a situação depois da chuva: “É muito triste mesmo. Tem umas pessoas que não dormem, ficam acordadas. Outras ficam procurando, ali, gritando, seus entes queridos. Está bem complicado. A gente sente por eles também”, lamenta. Angelo José, servidor público de 62 anos, criticou a falta de ação do governo: “É uma região que não tem captação de água, não tem. O poder público não vem aqui e faz a parte dele. Isso também faz com que aconteça isso”, criticou.
*Com informações da repórter Carolina Abelin