Em reunião tensa, Doria e Pazuello discutem sobre vacina 

Na manhã desta terça-feira, 8, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu virtualmente com governadores para tratar sobre a vacinação contra a Covid-19 e ouviu cobranças sobre a estratégia do Ministério da Saúde para a imunização da população brasileira. Em um momento de tensão do encontro, o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), questionou Pazuello se a pasta pretendia adquirir a CoronaVac, imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. “O seu ministério vai adquirir a CoronaVac, sendo aprovada pela Anvisa? Sim ou não, ministro?”, questionou o tucano. O titular da pasta rebateu dizendo que a compra será feita “se houver demanda e preço”. Nesta segunda-feira, Doria anunciou o cronograma da primeira fase da vacinação no estado de São Paulo, mesmo sem a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Doria também questionou por que o governo federal assinou medidas provisórias (MP) para comprar os imunizantes produzidos pela Oxford-AstraZeneca e as do consórcio Covax Facility se, a exemplo da CoronaVac, elas também não foram aprovadas pela Anvisa. “O que difere, ministro, a condição e a sua gestão como ministro de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra vacina? É uma razão de ordem ideológica, política ou de falta de interesse de disponibilizar mais vacinas? Por que excluir a CoronaVac, já o procedimento que ela está adotando é exatamente igual ao do consórcio Covax e da AstraZeneca?”, indagou.

“Já lhe respondi isso. Já respondi isso a todos os governadores. Quando a vacina do Butantan, que não é do estado de São Paulo, tá, governador? Não sei como o senhor fala tanto como se fosse do estado, ela é do Butantan. O Butantan é o maior fabricante de vacina do nosso país e é respeitado por isso. O Butantan, quando concluir o seu trabalho e tiver sua vacina registrada, nós avaliaremos a demanda e, se houver demanda e houver preço, nós vamos comprar”, disse Pazuello. “Volto a colocar para o senhor que o registro é obrigatório e havendo demanda, havendo preço, todas as vacinas, todas as produções serão alvo de nossa compra”, acrescentou o ministro da Saúde.


Fonte: Jovem Pan

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