O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, negou na terça-feira, 3, que sua gestão a frente do Itamaraty prejudique a imagem do Brasil no exterior e, consequentemente, as relações comerciais com outros países. Ele fez um balanço das principais medidas tomadas pela pasta e admitiu que, por razões ideológicas ao longo dos anos, o país perdeu vários negociadores e capacidade de se encaixar nos melhores mercados do mundo. Por isso, segundo Araújo, é preciso correr atrás do prejuízo, uma vez que existe um esforço deliberado no país para prejudicar a atual administração. Houve também ruídos, admitiu o ministro, entre Brasil e a China por conta, principalmente, das críticas feitas pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro ao país asiático. Araújo reafirmou que não se pode questionar a liberdade de expressão no país. Em relação aos problemas com a China, avaliou que a questão já foi superada.
“A nossa relação é muito boa, muito produtiva. O comércio aumentou no ano passado, os investimentos continuam. Falou-se que isso prejudicaria, de alguma maneira, a questão dos insumos de vacina, mas os insumos estão chegando. Nunca houve absolutamente nenhum problema, nenhum tipo de alegação”, disse. Ainda, de acordo com Ernesto Araújo, a derrota de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, candidato que tinha uma relação mais próxima com o presidente Bolsonaro, não significou um rompimento da relação entre os dois países. Para ele, os EUA se mantem como um parceiro comercial importante e , até por causa disso, o diálogo será mantido e assim, a estrutura de confiança que foi construída. “Isso não interrompido co a mudança de governo nos Estados Unidos. É claro que uma relação profunda como nós estávamos construindo, em um país democrático, isso não se transpõe automaticamente quando muda o governo, porque depende de um encaixe. Mas esse encaixe continua sendo totalmente possível”, assegurou. Nesse momento econômico complicado o o ministro defendeu também a flexibilização do Mercosul para que os países do bloco econômico possam negociar individualmente com outros parceiros.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
Fonte: Jovem Pan