O dicionário dos brasileiros ganhou novos termos nos últimos sete anos. E o combate à corrupção nunca esteve tão presente na vida das pessoas: delação premiada, condução coercitiva, força tarefa, mandados de busca, offshores são palavras hoje conhecidas. O dia 17 de março de 2014 foi marcado pela primeira de 80 fases da Operação — e, entre os detidos, o doleiro Alberto Youseff. A Polícia Federal deu o nome de Lava Jato por causa de um posto de combustíveis de Brasília: estabelecimento era usado como fachada para movimentar valores de origem ilícita.
Os depoimentos paravam o Brasil. Por meio de Alberto Youssef, os investigadores chegaram a Paulo Roberto Costa — levado à diretoria da Petrobras pelo deputado José Janene, morto em 2010. Na época, a estimativa era de que os esquemas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas movimentaram R$ 10 bilhões. Um castelo de cartas começou a desmoronar: as prisões foram se ampliando, como a de Nestor Cerveró. As delações premiadas eram devastadoras. A Operação atingiu grandes empreiteiras brasileiras, como a Odebrecht, Andrade Gutierrez e AOS. Os presidentes das empresas foram presos.
Isso fez com que a percepção sobre a impunidade pudesse mudar no Brasil. Políticos como Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, José Dirceu, Delcídio do Amaral e Antônio Palocci eram arrastados pelo furacão. O petista André Vargas, então vice-presidente da Câmara, foi envolvido no esquema, renunciou ao cargo de comando e se desfiliou do partido. Em 2014, depois da Copa do Mundo, a crise econômica se agravou no Brasil. Mesmo assim, Dilma Rousseff conseguiu a reeleição. A presidente da República não perdia a chance de atacar os métodos de investigação da Lava Jato.
Fonte: Jovem Pan