Especial Lava Jato: Sergio Moro, o homem que virou símbolo de combate à corrupção

No entanto, Moro deixou o governo pela porta dos fundos um ano e quatro meses depois de assumir o Ministério

Além da Lava Jato mirar figuras do Congresso Nacional, o Legislativo também virou centro de debates sobre medidas de combate à corrupção. As ações propostas pela força tarefa em Curitiba, com apoio de Sergio Moro, foram discutidas com a sociedade. Nas redes sociais, o procurador Deltan Dallagnol pressionava os parlamentares. As medidas previam tornar crime o enriquecimento ilícito, aumentar as penas para corrupção e caixa dois e ampliar a recuperação do dinheiro. Com mais de dois milhões de assinaturas, o pacote se transformou em um projeto de lei. Começava uma guerra no Congresso.

O então deputado Onyx Lorenzoni virou relator das 10 medidas e chegou a ser vaiado em plenário. As ações foram desfiguradas e os contrários a Lava Jato propuseram ações como a lei de abuso de autoridade para punir magistrados. Na tribuna, o senador Lasier Martins lamentava. “Houve uma decepção muito grande e me parece que uma desilusão definitiva do eleitorado brasileiro que já não confiava, não concedia muito crédito aos políticos.” A Associação Nacional dos Procuradores da República reagiu aos ataques a Lava Jato. O magistrado pelo Amazonas Edmilson Barreiros Júnior considerava descabida a lei de abuso de autoridade.

Os advogados envolvidos na Lava Jato nunca perderam a chance de denunciar irregularidades na operação. E Sergio Moro no olho do furacão. O então juiz foi ao Congresso pedir ajuda para aprovar as 10 medidas, mas o Congresso não foi sensível enquanto que as ações contra os poderosos continuavam em andamento. O promotor de Justiça César Dario Mariano avalia que, mesmo com os insucessos, a Lava Jato trouxe avanços. “Destacam-se, por exemplo, a colaboração jurídica internacional, delações premiadas, emprego de forças tarefas, quebras de sigilo bancário, indisponibilidade de bens — que conseguiram, de uma maneira conjunta, acabar ou pelo menos reduzir a corrupção sistêmica existente no Brasil.”


Fonte: Jovem Pan

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