Estado Islâmico assume controle de cidade rica em gás em Moçambique

Milhares de moradores de Palma deixaram as suas casas e forma buscar refúgio na vizinha Pemba

O Estado Islâmico reivindicou nesta segunda-feira, 29, a autoria de ataques realizados através do grupo fundamentalista islâmico Al Shabab no norte de Moçambique, que culminaram na tomada de Palma. A cidade portuária fica a dez quilômetros do local onde uma refinaria de extração de gás está sendo construída com investimentos do grupo francês Total, da italiana Eni e da norte-americana ExxonMobil. Os extremistas começaram a cercar Palma na quarta-feira, 24, mesmo dia em que a Total anunciou a retomada das obras na refinaria e a previsão de inicio das operações em 2024. O Estado Islâmico afirma que os seus jihadistas assumiram definitivamente o controle da cidade no sábado, 27, depois de terem tomado a sede do governo local, quartéis militares, fábricas, bancos e prédios. A organização terrorista também disse ter matado pelos menos 55 cristãos e soldados moçambicanos, além de alguns estrangeiros. O jornal britânico The Times confirmou que pelo menos um cidadão do Reino Unido faleceu durante a invasão. Ainda não há números oficiais da tragédia, mas a organização não-governamental Human Rights Watch relata que boa parte do município de 75 mil habitantes foi destruído e que há diversos cadáveres espalhados pelas ruas de Palma, alguns deles decapitados.

Refugiados

Desde os primeiros ataques do Al Shabab na quarta-feira, 24, milhares de moradores de Palma deixaram as suas casas. Entre 6 mil e 10 mil pessoas estariam abrigadas dentro da própria refinaria de extração de gás europeia, que tem milhares de hectares e é fortemente protegida. Outros embarcaram em balsas, barcos e canoas com destino à cidade vizinha de Pemba ou então passaram dias caminhando no meio do mato até chegarem na fronteira com a Tanzânia. Agentes da Organização das Nações Unidas (ONU) e representantes de algumas ONGs estão buscando ajudar esses refugiados.

Resposta Internacional

Os Estados Unidos condenaram nesta segunda-feira, 29, o ataque do Estado Islâmico à cidade de Palma, em Moçambique. O Pentágono afirmou estar “decidido” a cooperar com o governo moçambicano no combate aos fundamentalistas islâmicos, apesar de ter se recusado a especificar como as forças norte-americanos ajudarão a retomar o controle da cidade portuária. No mesmo dia, Portugal garantiu que enviará 60 militares para a sua ex-colônia nas próximas semanas.


Fonte: Jovem Pan

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