Estados querem ‘compensação’ por falta de pagamento do auxílio emergencial em janeiro e fevereiro

Os governadores se reuniram com o presidente da Câmara, Arthur Lira

Já tendo praticamente garantidas quatro parcelas de R$ 250 do novo auxílio emergencial a partir de março, os governadores querem também que os beneficiários recebam uma compensação pelos meses de janeiro e fevereiro, quando não houve nenhuma ajuda federal. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), sugere, por exemplo, que a primeira parcela do novo benefício seja ampliada exatamente para garantir essa compensação. Ele lembrou que os estados queriam a prorrogação do estado de calamidade. Como isso não aconteceu, é preciso encontrar uma saída logo. “A fome não tirou férias. As pessoas que tinham condições de colocar alimento na mesa, de comprar medicamentos até o mês de dezembro, deixaram de receber. E, certamente, se endividaram”, argumentou Dias. Os governadores estiveram em Brasília, na terça-feira, 3, para tentar definir com o Congresso Nacional uma estratégia de combate à pandemia.

O presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), defendeu a criação de um fundo emergencial, que serviria como uma mega rubrica orçamentária com a soma de todos os recursos relacionados à crise sanitária. A presidente da Comissão de Orçamento, Flávia Arruda (PL-DF), afirmou na quarta que, na proposta orçamentária de 2021, já estão garantidos, em emendas de bancada individuais, R$ 12,5 bilhões para a saúde e mais R$ 2,5 bilhões só para o combate ao coronavírus. O presidente da Câmara ressaltou a necessidade de deixar as diferenças de lado nesse momento. O governador do Piauí, representante do Fórum de Governadores, decidiu seguir na mesma linha.”A importância da gente abaixar a temperatura é uma tarefa que depende de todos e, é claro, temos que estar juntos, focados naquilo que interessa ao Brasil. O inimigo comum é o coronavírus”, disse. O presidente Jair Bolsonaro, durante conversa com apoiadores na terça, afirmou que os governadores, na prática, querem uma nova Proposta de Emenda Constitucional de Guerra. “Ou seja, mais recursos. Agora, o que acontece? Se eu tivesse, eu dava, mas isso gera endividamento”, apontou o presidente.


Fonte: Jovem Pan

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