Ex-ministros de Ciência, Tecnologia e Inovações cobram mais investimento em pesquisa no Brasil

Além dos cortes orçamentários, os ex-ministros relataram preocupação com retrocesso sem precedentes das políticas nacionais

O orçamento de 2021, que está para ser votado no Congresso Nacional, prevê o montante de R$ 25 bilhões para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. O valor é 26% menor do que aquele concedido em 2020 à pasta. O corte de recursos fez com que onze ex-ministros da área divulgassem um manifesto nesta terça-feira, 2. Eles ocuparam o cargo ao longo dos 30 anos da história democrática brasileira e responderam a presidentes com as mais diversas linhas ideológicas e partidárias.

Além dos cortes orçamentários, os ex-ministros relataram preocupação com retrocesso sem precedentes das políticas nacionais e a ameaça às instituições ligadas ao sistema nacional de CT&I. No documento, eles afirmam que é preciso vencer o obscurantismo por meio da valorização da produção do conhecimento nacional. O ex-ministro Roberto Amaral, que esteve à frente da pasta no primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, foi um dos que participou de uma videoconferência sobre o assunto. Ele afirmou que é preciso defender a ciência e criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro.

“Nós temos que entender que a defesa da Ciência e Tecnologia, a defesa de recursos, da independência da pesquisa não são fatos autônomos. Elas dependem de uma reconstrução desse país.” Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, criticou o liberalismo econômico. “É uma ortodoxia liberal que tem sido a causa fundamental desse atraso brasileiro. Essa comunidade de ciência e tecnologia lute também na área econômica, em uma visão desenvolvimentista em vez de liberal.” Além de Amaral e Bresser Pereira, também assinaram o manifesto os ex-ministros José Goldemberg, José Israel Vargas, Ronaldo Sardenberg, Sergio Machado Rezende, Aloizio Mercadante, Marco Antônio Raupp, Clélio Campolina, Aldo Rebelo e Celso Pansera.

*Com informações da repórter Nicole Fusco


Fonte: Jovem Pan

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