A Fiocruz divulgou nesta quarta-feira, 9, um balanço dos dois anos de pandemia de Covid-19 no Brasil e classificou a fase atual como uma “janela de oportunidade”. Especialistas da fundação avaliam que a explosão de casos da variante Ômicron cria uma “legião de pessoas com resposta imune ao vírus”, mesmo que temporariamente. “Este cenário pode ser encarado como uma janela de oportunidades”, concluíram. “Em um momento em que há muitas pessoas imunes à doença, se houver uma alta cobertura vacinal completa entre as pessoas, há a possibilidade de, tanto reduzir o número de casos, internações e óbitos, como de bloquear a circulação do vírus. Isto porque haverá menos suscetíveis, mesmo que temporariamente.” Para os especialistas da Fiocruz, o momento representa uma oportunidade de readequação do sistema de saúde para o atendimento de casos mais graves e o acompanhamento de pessoas infectadas com sintomas mais leves. “Para isso, é necessária a implementação de práticas de telessaúde, testagem estratégica de casos suspeitos e seus contatos, bem como o reforço de estruturas hospitalares e ambulatoriais”, diz o documento.
Além disso, a Fiocruz sugere que, com maior oferta de vacinas, o país deve conseguir impedir a transmissibilidade do vírus de forma comunitária por algum tempo. Para que isso ocorra, os pesquisadores citaram quatro estratégias. A primeira é garantir oportunidade de aplicação da vacina, com a disponibilidade em unidades com horário de funcionamento expandido e em postos móveis. Em segundo lugar, realizar busca ativa para convencer pessoas que ainda não iniciaram seus esquemas vacinais. Depois, massificar a campanha de incentivo à vacinação de crianças e reforçar os benefícios gerados pela correta higienização, assim como o bom uso de máscaras. “São medidas sobre as quais não há controvérsia, e possuem um histórico de utilização efetiva em outras sociedades, como a asiática. É necessário reforçar este ponto, para que estas práticas sejam adotadas pela população de forma definitiva, mesmo que estejamos fora da pandemia”, dizem os especialistas.