Fiocruz reafirma segurança da vacina de Oxford após casos de embolia e trombose na Europa

A Fiocruz começa a entregar nesta quarta-feira, 17, as primeiras doses de vacinas da Oxford/AstraZeneca feitas no Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) declarou nesta terça feira, 16, que a vacina de Oxford contra a Covid-19, produzida no Brasil pelo laboratório, tem se mostrado segura e eficaz, até o momento. A entidade ainda aguarda a conclusão das investigações dos casos relatados de embolia pulmonar e trombose em outros países, mas reforçou os posicionamentos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela Agência Europeia de Medicamentos e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a segurança do imunizante. Segundo a farmacêutica AstraZeneca, também responsável pelo composto, 15 eventos de trombose venosa profunda e 22 eventos de embolia pulmonar teriam sido relatados até 8 de março. A infectologista Cristiana Toscano, membro do Comitê de Vacinas Covid-19 da OMS e do Comitê de Acompanhamento de Vacinas para a Covid-19 da Fiocruz, afirmou que, até o momento, não há evidência de aumento de risco de formação de coágulos sanguíneos. “O que se tem até o momento é que a taxa de ocorrência, portanto o risco de desenvolvimento entre os vacinados, não é maior do que a ocorrência desses eventos na população normal. As investigações continuam, estão sendo avaliados caso a caso”, afirmou.

A Anvisa acompanha a situação no Brasil e disse que está buscando informações, junto às autoridades internacionais, sobre os possíveis eventos adversos relacionados ao uso da vacina. Segundo a agência reguladora, o lote suspenso pelas autoridades europeias não é usado no Brasil. Em audiência na Câmara, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, esclareceu que a suspensão da vacina pelos casos de trombose na Europa é preventiva. Ela acrescentou que mais de 17 milhões de pessoas foram imunizadas na União Europeia e no Reino Unido, e cerca de 3 milhões no Brasil, e alertou que é importante continuar imunizando a população. “É importantíssimo dizer que faz parte da cautela essa avaliação de todas as vacinas. Nós da Fiocruz temos ampla experiência com esse tipo de fármaco vigilância e frisar que tanto a agência europeia quanto a Organização Mundial de Saúde não recomendaram a interrupção da vacinação.”

A Fiocruz começa a entregar nesta quarta-feira, 17, as primeiras doses de vacinas da Oxford/AstraZeneca feitas no Brasil. No total, pouco mais de 1 milhão de unidades serão enviadas ao Ministério da Saúde, responsável pela distribuição. De acordo com o cronograma, a expectativa é de que até o fim do mês a produção diária chegue a um milhão. A Fundação informou ainda que o Brasil receberá um milhão das primeiras doses do consórcio Covax Facility nos próximos dias. A aliança global prevê ainda um segundo carregamento até o fim do mês com quase dois milhões.


Fonte: Jovem Pan

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