Flordelis diz que virou ‘pária’ na Câmara e pede: ‘Me deixem continuar com o meu mandato’

Com imunidade parlamentar, a parlamentar responde em liberdade, mas usa tornozeleira eletrônica desde setembro

A deputada federal Flordelis (PSD) compareceu nesta quinta-feira, 14, pela primeira vez, ao Conselho de Ética da Câmara para depor. Ela responde a processo que pode levar à cassação do mandato, já que foi denunciada como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Em seu depoimento, a parlamentar negou o crime e diz que carrega o rótulo de assassina. “Virei pária para o governo, para direita, para esquerda, seja lá quem for desta Casa. Que quer surfar na mídia, que clama pelo meu sangue”, disse. Flordelis responde por homicídio triplamente qualificado – “motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima” e também é acusada por tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Flordelis a seus colegas que não ajam injustamente contra ela. “Queria que vocês pensassem, refletissem, para que uma injustiça não seja cometida nessa Casa. Que a injustiça não seja cometida com a minha vida, me deixem continuar com o meu mandato, me deixem continuar com o meu trabalho.”

A parlamentar falou sobre o depoimento nas redes sociais. Em publicação no Instagram, Flordelis escreveu que saiu “aliviada e de alma lavada”. “Sempre trabalhei pelas causas sociais, muito antes mesmo de pensar em ser uma parlamentar, mas me eleger deputada federal foi um sonho que se realizou para poder colocar em prática muito mais pelo meu país”, escreveu, agradecendo aos eleitores pelo apoio. “Não matei e nem mandei matar o meu marido e lutarei até o fim para provar a minha inocência”, finalizou a mensagem. A juíza do 3º Tribunal do Júri de Niterói, Nearis dos Santos Carvalho Arce, decidiu que a deputada e mais nove acusados irão a júri popular. Após o depoimento desta quinta-feira, o relator do caso, deputado Alexandre Leite, apresentará seu parecer em até dez dias. O relatório pode absolver ou punir Flordelis, sendo que a punição pode levar até a suspensão ou cassação do mandato. Com imunidade parlamentar, a parlamentar responde em liberdade, mas usa tornozeleira eletrônica desde setembro.


Fonte: Jovem Pan

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