O coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, afirmou que o governo do Estado estuda a implantação de uma nova fase de restrição no Plano São Paulo. Segundo o coordenador, o Centro de Contingência planeja a inclusão de uma fase roxa ou preta, em que até o funcionamento de atividades essenciais será restringido. Para Gabbardo, a situação é atual é a mais crítica desde o início da pandemia. Ele explica que, enquanto em abril, maio e junho de 2020 a pandemia estava regionalizada, agora o movimento do coronavírus ocorre simultaneamente em todos os estados brasileiros. O coordenador também ressalta, em entrevista ao Jornal da Manhã, que o que preocupa, além do aumento da transmissibilidade, é o alto número de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Até pouco tempo atrás nós tínhamos um perfil diferente dos pacientes que iam para UTI. Nós tínhamos pacientes com idade mais avançada e que, infelizmente, iam à óbito. Então, a ocupação dos leitos era menor. Atualmente, temos um perfil de pacientes mais jovens e com menor mortalidade, mas que ficam ocupando os leitos por um tempo maior. Sendo assim, não existe rotatividade nos leitos de UTI”, diz Gabbardo. Ele afirma que o Estado tem condições de aumentar em mais 500 a quantidade de leitos. “Os leitos que estamos precisando agora, diferente do primeiro momento, não são leitos de enfermaria. Os hospitais de campanha foram muito úteis, porque as pessoas que tinham sintomas naquele momento ficavam no leito de enfermaria e poderiam ser deslocadas para tratamento intensivo imediatamente. Hoje nós temos uma inversão: nós temos mais pacientes na UTI do que na enfermaria”, explica o coordenador sobre a mudança de demandas. Ele lembra, porém, que os leitos de UTI são uma consequência. “Não adianta a gente ficar aumentando leito de UTI se a gente não tratar a transmissão da doença. A taxa de mortalidade das pessoas que vão para UTI é muito elevada”, disse sobre os próximos passos. O Centro de Contigência aguarda que, em dois meses, a quantidade de pessoas imunizadas possa resultar em uma condição diferente de enfrentamento ao coronavírus.
Fonte: Jovem Pan