Um grupo técnico formado para aconselhamento do Ministério da Saúde elaborou um documento preliminar com orientações contra o uso da cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros fármacos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19 em pacientes hospitalizados. A análise é parte da elaboração de um protocolo único com diretrizes para auxiliar os profissionais da saúde, principalmente aqueles que atuavam em outras áreas e foram chamados para a linha de frente. No texto, os especialistas afirmam que “alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados”. O coordenador do grupo, o pneumologista Carlos Carvalho, Carlos Carvalho reforça que o documento tem como foco pacientes hospitalizados e não contempla indicações do uso precoce desses remédios. “Quando nós finalizarmos esse protocolo do paciente hospitalizado, pode ser que o ministério nos solicite para fazer uma continuidade e discuta esse tratamento farmacológico no ambiente pré-hospitalar. Mas isso não foi alvo do nosso estudo.”
O documento já recebeu parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde. O trabalho foi submetido à consulta pública e poderá receber contribuições por dez dias. Segundo o pneumologista Carlos Carvalho, o texto também orienta sobre ventilação mecânica, uso de oxigênio e medicamentos para o “kit intubação“. “Definindo metas para oxigenação, não deixar ficar abaixo de um determinado valor, porque isso traria risco para o paciente, e não deixar acima de outro valor, porque seria um desperdício de oxigênio. A mesma coisa quando o paciente precisa ser intubado, quais seriam os medicamentos de primeira linha, segunda linha e terceira linha para que o colega tenha orientação de quais os melhores medicamentos e como usar no sentido de fazer uma intubação rápida e segura”, disse. Depois da consulta pública, uma nova avaliação será realizada pela Conitec, que encaminhará um relatório com recomendações para o Ministério da Saúde.
Fonte: Jovem Pan