Homem é preso por agredir asiática de 65 anos de idade em Nova York

De acordo com o Stop AAPI Hate Centro, houve 3.800 relatos de violência contra asiáticos nos EUA em menos de um ano

A Polícia de Nova York prendeu nesta quarta-feira, 31, um homem suspeito de ter atacado uma mulher asiática de 65 anos de idade, que foi hospitalizada com ferimentos graves. As gravações de câmeras de segurança mostram o acusado, Brandon Elliot, jogando a vítima no chão e chutando a sua cabeça repetidas vezes em uma calçada do bairro de Manhattan na segunda-feira, 29, pela manhã. No vídeo, é possível notar que as testemunhas que estavam dentro de um prédio comercial próximo não fizeram nada para interromper a agressão. Por esse motivo, a administradora do edifício decidiu suspender temporariamente os funcionários que presenciaram a cena enquanto a investigação continua. De acordo com as autoridades locais, o homem de 38 anos de idade já tinha sido preso em 2002 por ter esfaqueado a sua própria mãe em 2002, mas acabou sendo libertado em 2019. Como o acusado teria gritado que a idosa “não pertencia” àquele lugar, o caso está sendo tratado como crime de ódio.

Recentemente, o ataque a três casas de massagem no estado da Geórgia geraram temor entra a comunidade asiática dos Estados Unidos, já que seis das oito vítimas eram mulheres dessa ascendência. Ao longo do último ano, essa população tem sido erroneamente culpada pela pandemia do novo coronavírus e alvo de ataques discriminatórios no país.  Durante o final do seu mandato, o próprio ex-presidente Donald Trump também usou várias vezes o termo “vírus chinês” para se referir ao Sars-Cov-2, causador da Covid-19. De acordo com o Stop AAPI Hate Centro, que foi criado especialmente para registrar ataques contra asiáticos nos Estados Unidos, houve 3.800 relatos de incidentes desse tipo em menos de um ano. As estatísticas obtidas apontam que 68,1% das denúncias são relacionadas a xingamentos e humilhações verbais. Os mais atingidos por esses ataques, que acontecem principalmente em lojas (35,4%) e nas ruas (25,3%), seriam os chineses (42,2%). Além disso, os incidentes acontecem quase três vezes mais entre as mulheres do que entre os homens.

Na terça-feira, 30, o presidente Joe Biden disse que não poderia ficar em silêncio diante do aumento da violência contra os norte-americanos de origem asiática e anunciou medidas para lidar com esses crimes. Segundo ele, o governo dos Estados Unidos publicará dados interativos sobre crimes de ódio,  treinará a polícia na resposta a esses incidentes e removerá as barreiras linguísticas para denunciar casos de violência física ou verbal. Na semana passada, dois senadores do Partido Democrata criticaram a falta de representação asiática na Casa Branca, que se comprometeu então a nomear um funcionário para se concentrar nas questões dos asiáticos no país.


Fonte: Jovem Pan

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