Impeachment de Bolsonaro esbarra em apoio do Centrão e na presença de ‘infiltrados’ em outras legendas

Desde o início da gestão Bolsonaro, mais de 130 pedidos de impeachment foram apresentados

Uma das principais consequências dos ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “canalha” em um discurso na terça-feira, 7 de setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo, foi a mobilização de partidos políticos que passaram a discutir a possibilidade de apoiar um eventual pedido de impeachment do chefe do Executivo federal. Apesar da articulação, líderes partidários calculam que o governo ainda possui os votos necessários para barrar o avanço de uma iniciativa desta natureza. Em linhas gerais, os parlamentares avaliam que, caso não haja desembarque do Centrão, as chances do mandatário do país ser destituído do cargo são residuais.

As legendas de oposição (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PV, Rede) somam 131 deputados. Entre os independentes, Cidadania e Novo, que juntos possuem 15 parlamentares, também apoiam o impeachment de Bolsonaro. A destituição do presidente também é defendida pela ala do PSL mais ligada ao presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, composta por 20 deputados. A Executiva Nacional do Solidariedade, que possui 14 membros na Câmara, vai se reunir para debater a posição da legenda na próxima semana, mas o seu dirigente máximo, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, já se manifestou a favor da queda do presidente da República. Neste cenário, este bloco teria 180 deputados. Em resposta às manifestações bolsonaristas do 7 de setembro, o PSD (34), o MDB (34), o PSDB (33) e o DEM (28), reagiram e também se posicionaram. O PSD, do ex-ministro Gilberto Kassab, criou uma comissão de acompanhamento do impeachment. O PSDB, de Bruno Araújo, declarou oposição ao governo. A cúpula emedebista, por sua vez, emitiu uma nota na qual afirma que a Constituição “tem seus remédios em defesa da democracia”. Em nota conjunta também assinada pelo PSL, o Democratas repudiou as “ameaças aos pilares” da democracia. Considerando um cálculo formal, oposição e partidos de centro e centro-direita teriam 309 votos, 33 a menos do que os 342 necessários para a abertura do processo de impeachment.


Fonte: Jovem Pan

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