Integrantes do PDT condicionam permanência no partido à mudança de posição na PEC dos Precatórios

Votação do segundo turno da PEC dos Precatórios deve ocorrer nesta terça-feira, 9

Três integrantes do PDT deixarão o partido caso a sigla mantenha seu posicionamento a favor da PEC dos Precatórios. O movimento é capitaneado pelo deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE), um dos seis parlamentares que votou contra o texto, e conta com o apoio do deputado estadual Goura Nataraj (PDT-PR) e da vereadora Duda Salabert, a mais votada da história de Belo Horizonte. Na madrugada da quinta-feira, 4, quando a Câmara dos Deputados aprovou a proposta em primeiro turno, a legenda foi a única entre as siglas de oposição a orientar o voto “sim”, o que, na prática, contribuiu para a vitória do governo Bolsonaro – dos 24 deputados, 15 foram a favor da matéria. O texto foi aprovado com 312 votos, quatro a mais do que o necessário. O posicionamento majoritário da bancada pedetista causou uma crise interna, que culminou na decisão do ex-ministro Ciro Gomes de suspender a sua pré-candidatura à Presidência da República.

No documento, intitulado “Por um PDT que honre suas lutas e raízes”, obtido em primeira mão pela Jovem Pan, Gadêlha e os dois colegas de partido fazem uma série de críticas à proposta que adia o pagamento de dívidas da União reconhecidas pela Justiça, altera o teto de gastos e abre um espaço fiscal de aproximadamente R$ 91 bilhões, que permitirá ao governo federal viabilizar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. Como, segundo cálculos do Ministério da Economia, o programa social poderá ser executado com aproximadamente R$ 30 bilhões, parte da folga no Orçamento permitirá, por exemplo, que o Congresso amplie o valor que será destinado às emendas parlamentares. Como a Jovem Pan mostrou, este é um dos motivos pelos quais a oposição quer enterrar a PEC dos Precatórios. Nos partidos de esquerda, prevalece a avaliação de que a eventual aprovação da matéria dará ao presidente da República uma espécie de “cheque em branco” para gastar em 2022, ano eleitoral.


Fonte: Jovem Pan

Comentários