O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou a renúncia ao governo do Estado na tarde de segunda-feira, 28, mas afirmou que seguirá no partido. Em 2021, ele foi derrotado por João Doria nas prévias para a eleição presidencial de 2022, com o empresário paulista sendo escolhido como candidato tucano para a corrida presidencial. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, José Aníbal, senador suplente pelo PSDB de São Paulo e ex-presidente do partido, falou sobre as eleições e sobre a situação interna da sigla. Para ele, Leite não está sozinho e destacou qualidades do agora ex-governador. “O Eduardo Leite não está fazendo esse movimento solo. Ele teve todo esse movimento, essa postura de ficar no PSDB depois da carta que foi assinada por todos os ex-presidentes e o atual, grande maioria da bancada, só um senador não assinou, e o apelo foi muito forte dizendo que os caminhos podiam ser abertos. Claramente uma mensagem de possibilidade de que ele venha a ser o nosso candidato. Então eu acho que os caminhos dele agora serão esses”, disse Aníbal.
Em seguida, o ex-presidente do PSDB continuou, dizendo que Leite não é contra ninguém e que irá fazer campanha a favor do Brasil. “Eu tenho certeza que ele vai ser muito bem recebido pelo partido e pelas forças sociais. O Eduardo despertou uma grande expectativa no PSDB e fora dele quando se colocou como candidato por razões fundadas. Ele não é uma pessoa de ficar estimulando conflitos. Ele acha que tem que procurar focar nos desafios e trabalhar para resolvê-los. […] O Eduardo não é contra ninguém. Ele é a favor, ele vai fazer campanha a favor. A favor de que os jovens votem, de que o Brasil foque em seus grandes desafios em vez de ficar nessa rinha política eterna”, continuou o senador suplente.
Aníbal também comentou sobre possíveis mudanças de escolha em relação ao resultado das prévias, dizendo que não se configuraria um golpe caso nenhuma regra do partido fosse infringida. “Golpe é quando você infringe o regramento constitucional, estatutário do partido. No caso, nós fizemos um procedimento, uma indicação. Demos uma indicação para o Doria, mas não demos o partido para o Doria. Ele (PSDB) pode arbitrar numa direção diferente. Isso só acontecerá se tiver a motivação, a mobilização da intenção de voto e da conversa com todo mundo”, pontou o ex-presidente do PSDB. Além disso, Aníbal citou que a pré-candidatura de Doria ainda não deslanchou e que Leite tem condições de rodar pelo Brasil e averiguar possíveis mudanças na sucessão presidencial.
Por fim, Aníbal falou sobre a possibilidade de o PSDB apoiar outro candidato nas eleições presidenciais. Ao comentar o tema, o ex-presidente da sigla citou o caso da senadora Simone Tebet (MDB), elogiando a parlamentar. “Eu tenho até um exemplo prático. O senador Tarso Jereissati e eu, no começo de janeiro, procuramos tanto o presidente do MDB, Baleia Rossi, quanto o ex-presidente Michel Temer duas vezes estimulando o MDB a ter a senadora Simone Tebet como candidata à presidência da República. Eles já tinham essa sensibilidade, mas dissemos a eles que nós testemunhas em favor da Simone. O MDB assumiu a candidatura dela. Eu vejo que a Simone Tebet foi uma excelente parlamentar e uma ótima prefeita, com posições fortes”, disse a senadora.