Justiça manda prender diretora de escola de SP investigada por vídeos de maus-tratos a crianças

Polícia civil chegou a percorrer três endereços na zona leste de São Paulo em busca da diretora Roberta Serme, mas não conseguiu encontrá-la

A diretora de uma escola de São Paulo acusada de maus tratos a crianças, Roberta Regina Rossi Serme, de 48 anos, já é considerada foragida da polícia e teve um pedido de prisão preventiva ordenado pela justiça. Ela não foi encontrada pelos policiais e a equipe de capturas da polícia civil percorreu pelo menos três endereços na zona leste da capital paulista, inclusive a casa dela. A prisão temporária dela foi pedida pela Polícia Civil e acatada tanto pelo Ministério Público quanto pela Justiça de São Paulo, com base nos depoimentos e provas colhidas pela investigação da 8ª seccional da zona leste. A irmã dela também é investigada, mas segundo o delegado Renato Topan, por enquanto não existe ordem de prisão contra ela, mas também não está descartada essa possibilidade.

A equipe reportagem apurou junto ao inquérito policial que está sendo conduzido pela polícia civil que a rotatividade de professores da escola infantil Colmeia Mágica, na zona leste de São Paulo, era alta. Os professores da unidade eram proibidos acessar o prontuário de cada aluno e até mesmo conversar com os pais. A ordem vinha da diretora e os maus tratos com os alunos eram constantes. A polícia já descobriu quem são as professoras que amarraram os alunos nas cadeirinhas. Em depoimento, elas que a própria diretora ensinou como era para ser feito com as crianças que choravam muito. Algumas crianças quase eram sufocadas com cobertores na cabeça.

Roberta Serme foi denunciada pelas professoras depois que vídeos e fotos viralizaram nas redes sociais. Nas imagens, as crianças aparecem com os braços amarrados numa cadeirinha de bebê-conforto dentro do banheiro da escola. A professora que apareceu no vídeo segura um prato de comida na mão e, segundo a denúncia, usa a mesma colher para alimentar todas as crianças que aparecem chorando. Depois da denúncia a diretora da escola retirou o site da unidade da internet. A defesa alega que era para preservar os alunos.

A escola cobrava por oito horas de permanência de cada aluno R$ 850 de mensalidade, além da alimentação. A defesa de Roberta já entrou com um pedido de habeas corpus. Lençóis usados para amarrar as crianças, celulares e outros objetos usados na escola foram apreendidos e periciados. Até o momento, 25 pessoas já foram ouvidas pela polícia. A polícia também não descarta a prisão de alguma professora no envolvimento de maus tratos. Em 2010 essa mesma escola infantil, Colméia Mágica, foi investigada pela morte de uma criança provocada por maus tratos. De acordo com a polícia, a investigação foi reaberta e a diretora também responderá por aquele inquérito policial.

*Com informações do repórter Maicon Mendes


Fonte: Jovem Pan

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