Após 20 dias de buscas, a megaoperação policial que atuava para capturar o criminoso Lázaro Barbosa chegou ao fim nesta segunda-feira, 28. O término ocorreu assim que os policiais localizaram, cercaram e trocaram tiros com o acusado na região de Águas Lindas, nas proximidades do Distrito Federal (DF). Nenhum dos policiais ficou ferido na operação, mas Lázaro não sobreviveu aos disparos. Homicídio, tentativa de homicídio, estupro, roubo, porte ilegal de armas, invasão, furto e tentativa de latrocínio estão entre os crimes cometidos pelo bandido. Mesmo com a morte de Lázaro, as investigações sobre o caso estão longe de terminar — assim como as dúvidas das autoridades sobre o caso. Entenda abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a megaoperação.
Como os policiais encontraram Lázaro? Onde ele estava?
A morte do criminoso ocorreu pela manhã, mas a reta final das buscas teve início durante a madrugada. “A partir das 22h30 começamos o cerco final, viramos a madrugada até que, hoje cedo, finalizamos a ocorrência com os policiais em segurança e o grande objetivo cumprido — não deixar Lázaro machucar mais ninguém”, disse Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública de Goiás, em entrevista coletiva. De acordo com as autoridades, Lázaro foi localizado através do rastreamento de uma ligação efetuada por seu celular, mas as denúncias de moradores da região também auxiliaram nas buscas finais. Concluindo que Lázaro estaria sendo acobertado por parentes que vivem na região, os agentes encontraram o criminoso a 4km da casa dos familiares. Ele ainda tentou fugir mais uma vez, abrindo fogo contra os policiais. Por fim, foi capturado. “Estávamos monitorando, ele foi se encontrar com a ex-mulher e ex-sogra. Quando percebeu que estava cercado, ameaçou os policiais dizendo que atiraria na cara deles. Apertamos o cerco mesmo assim. Além da arma, Lázaro tinha tinha R$ 4,4 mil no bolso — mais uma prova de que tinha gente atuando com ele, dificultando o nosso trabalho”, reforçou.
Lázaro morreu durante a troca de tiros?
Durante a entrevista coletiva, o secretário reforçou que Lázaro iniciou a troca de tiros fatal já que, ao ser encontrado, teria “descarregado” uma pistola contra os policiais. O foragido foi baleado diversas vezes na face, tronco e braço. “Ele estava com uma pistola e descarregou tudo contra os policiais, possivelmente era uma 380, mas não feriu nenhum agente”, disse Rodney. O titular da Segurança de Goiás ainda afirmou que o acusado foi capturado com vida e encaminhado ao Hospital Municipal Bom Jesus, em Águas Lindas de Goiás, mas morreu antes da ambulância chegar ao local. O número exato de disparos que acertaram Lázaro não foi revelado, mas o titular da Saúde da região, Rui Borges, disse que contou aproximadamente 38 marcas de tiro no corpo do acusado.
Onde está o corpo de Lázaro?
Desde o início da tarde, o corpo de Lázaro permanece em uma sala reservada no IML de Goiânia, onde exames são realizados. Respeitando as restrições impostas, só podem entrar dois peritos por vez no local para analisar o corpo. Assim que os procedimentos terminarem, o cadáver do criminoso será levado ao cemitério do distrito Edilândia, localizado em Cocalzinho de Goiás, para ser enterrado ao lado do túmulo de seu irmão.
Durante os 20 dias de fuga, Lázaro agiu sozinho?
As autoridades encontraram novos indícios de que Lázaro não atuou sozinho nos últimos 20 dias de fugas e crimes. No bolso do criminoso, foram encontrados R$ 4,4 mil e não há nenhuma denúncia de roubo relacionada à quantia — o que reforça a hipótese de que Lázaro recebeu o auxílio de uma “rede de apoio” para fugir. “Ele foi encontrado com R$ 4.400, mais uma prova de que estariam o acobertando e dificultando o trabalho das forças policiais. O dinheiro é um indicativo de que planejava sair do Estado ou até do país. Nestes dias, Lázaro também estava trocando de roupas, mais uma prova de que tinha uma rede que lhe acobertava”, disse Rodney. Nesta manhã, a ex-esposa de Lázaro foi levada à Delegacia Regional da Polícia Civil para prestar esclarecimentos, uma vez que as denúncias apontam que o criminoso estaria em sua casa. Ela é considerada suspeita de acobertar Lázaro. Segundo o secretário de Segurança, o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, preso na última semana, atuou como “líder da organização criminosa” que deu suporte a Lázaro. Após abrigar o criminoso, Evangelista tornou-se alvo das investigações por supostamente contratar o bandido para aterrorizar moradores de propriedades vizinhas com o objetivo de desvalorizar a região, baixando o preço dos imóveis para que pudesse comprá-los. Há ainda a hipótese de que Lázaro trabalhava como “jagunço” ou “segurança” de fazendeiros da região. Ponderando que as investigações estão em curso, o secretário finalizou dizendo que ainda há a possiblidade de outras pessoas estarem envolvidas no crime — o que deve ser esclarecido em breve.
Fonte: Jovem Pan