Lideranças no Congresso Nacional acreditam que as últimas manifestações confirmam a antecipação da corrida eleitoral à Presidência da República. As últimas semanas foram marcadas por atos em todo Brasil, tanto contra quanto a favor do governo, muitas vezes com a presença do próprio presidente Jair Bolsonaro. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, afirmou, em entrevista à Jovem Pan, que a disputa de 2022 entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já começou. “Esse quadro que se apresenta agora diante dessa possibilidade do ex-presidente Lula concorrer à eleição, ele vai provocar uma antecipação do processo eleitoral, que é o que estamos vendo. Campanha eleitoral antecipada e esses movimentos tendem a se repetir”, disse. Para o deputado Bohn Gass (PT), o protesto do sábado consolidou a polarização que vinha se acentuando desde o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) à candidatura de Lula. “Lula elegível, obviamente que o cenário político brasileiro mudou, as pesquisas são mostrando isso. As manifestações das pessoas, essa manifestação, desejo da mudança, do Lula poder voltar a ajudar o Brasil”, disse. O líder DEM na Câmara, Efraim Filho, acredita que a busca por uma “terceira via” perdeu força. “Diante dessa polarização, a terceira via não consegue se expressar, não consegue aparecer não consegue fazer o convencimento e essa é a grande missão de nomes como do ex-ministro Henrique Mandetta (DEM), de Ciro Gomes (PDT), que elencaria entre aqueles que tem tentado ocupar esse vazio, mas tem encontrado dificuldades.”
Os protestos deste final de semana tiveram em comum as cenas de aglomeração, o que causou divergência entre organizadores e críticas de apoiadores do governo. O líder do PSL, deputado Vitor Hugo, diz que as manifestações só evidenciaram as contradições do discurso da esquerda em relação à atuação de Bolsonaro na pandemia. “Eles perceberam a força do presidente, imaginaram politicamente que deveriam fazer manifestações também, contradizendo o próprio discurso e demonstrando que nunca estavam preocupados com a saúde da população. Era um jogo político que estavam fazendo, querendo contribuir para quebrar a economia e enfraquecer o presidente, e nada disso aconteceu”, disse. Além das aglomerações, as manifestações da esquerda foram marcadas por confusão. No Recife, dois homens atingidos nos olhos por balas de borracha disparadas pela Polícia Militar durante o protesto perderam parte da visão. Segundo familiares, Daniel Campelo, de 51 anos, e Jonas Correia, de 29, estavam trabalhando e não participavam do ato. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, afastou os responsáveis pela ação da Polícia Militar e prometeu indenizar os feridos.
Fonte: Jovem Pan