Durante um debate do Parlamento Europeu, realizado em Estrasburgo nesta quarta-feira, 19, o presidente da França, Emmanuel Macron, sugeriu que a incorporação do aborto fosse feita à Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. A fala do centrista, que ainda não decidiu se tentará se reeleger, teve conotações pré-campanha para as eleições presidenciais francesas em abril. “Quero que consolidemos nossos valores como europeus, que são nossa unidade, nosso orgulho e nossa força. Vinte anos após a proclamação da nossa Carta dos Direitos Fundamentais, espero que possamos atualizá-la para ser mais explícito sobre a proteção do meio ambiente ou o reconhecimento do direito ao aborto”, propôs Macron, em discurso aos eurodeputados. O mandatário apresentou desta forma as prioridades da presidência francesa do Conselho da União Europeia para os próximos seis meses. Macron, que lembrou que este documento consagrava a abolição da pena de morte na UE, apelou para que este debate fosse aberto “livremente com os nossos cidadãos de grande consciência europeia para dar um novo impulso ao nosso Estado de direito”. Este documento, que inclui os direitos civis, políticos, econômicos e sociais dos europeus e foi proclamado em 2000, exige a reforma da unanimidade de todos os Estados-Membros, pelo que a mensagem de Macron tem mais simbolismo político do que prático.
Fonte: Jovem Pan