O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), retirou a Medida Provisória (MP) 1.000/20, que garantiu a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro deste ano, da pauta de votação desta sexta-feira, 18, e aproveitou a oportunidade para criticar o governo Bolsonaro. Em um discurso no plenário da Casa, disse que a culpa pelo não pagamento da 13ª parcela do Bolsa Família aos beneficiários é do Palácio do Planalto. “Se o presidente não consegue promover uma melhora do Bolsa Família para um milhão de pessoas que não terão nada a partir do dia 1º de janeiro, a responsabilidade é exclusiva dele, que tem um governo liberal na economia, mas que não tem coragem de implementar essa política dentro do governo e no Parlamento”, afirmou, sob aplausos de parlamentares presentes.
Na noite desta quinta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em sua live semanal nas redes sociais, que o 13º aos beneficiários do programa social não seria pago pelo fato de Maia ter deixado a MP caducar. “Você está reclamando do 13º do Bolsa Família, que não teve. Sabia que não teve este ano? Foi promessa minha? Foi. Foi pago no ano passado? Mas o presidente da Câmara deixou caducar a MP. Vai cobrar de mim? Cobra do presidente da Câmara, que o Supremo agora não deu o direito de ele disputar a reeleição. Cobra dele”, disse. Em retaliação, Maia incluiu a matéria na pauta da sessão plenária desta sexta-feira. A decisão gerou repercussão imediata. Enquanto Bolsonaro cumpria agenda na cidade de Jacinto, no interior de Minas Gerais, o ministro Paulo Guedes afirmou, em coletiva de imprensa, nesta sexta, que o pagamento do benefício não caberia no orçamento. “Sou obrigado, contra minha vontade, a recomendar que não pode ser dado o 13º do Bolsa Família”, disse o ministro. “É lamentável, mas precisa escolher entre um crime de responsabilidade e a lei”, acrescentou.
Em seu perfil no Twitter, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) afirmou que quem articulou para que a MP caducasse foi o próprio governo. “Acompanhei bastante a tramitação da MP do 13º do Bolsa Família e dou o testemunho que quem articulou para que ela caducasse foi o próprio governo por conta da inclusão no relatório de 13º também para o BPC. Além disso, a MP só criava o 13º de 2019 e não o 13º permanente”, diz a publicação. Também nas redes sociais, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ressaltou que a medida provisória não foi votada porque não havia recursos disponíveis, segundo o Ministério da Economia.
Fonte: Jovem Pan