Três dias após o navio Evergreen encalhar no Canal de Suez, no Egito, 230 embarcações aguardam o desbloqueio de uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo, que concentra 10% de todo o comércio marítimo internacional, para seguirem viagem. O pior congestionamento em anos representa uma interrupção do comércio global: com 193 quilômetros de comprimento e 24 metros de profundidade, a rota representa o trajeto mais rápido entre o Oceano Atlântico e o Oceano Índico, motivo pelo qual uma média de 50 navios passam por ali todos os dias. Um caminho alternativo consiste em contornar o Cabo da Boa Esperança no extremo sul do continente africano, viagem de mais de 9 mil quilômetros que pode acarretar em um atraso de mais duas semanas. Os preços globais do petróleo bruto subiram mais de 6% na quarta-feira, 24, depois que o tráfego pelo canal foi suspenso, mas caíram ligeiramente nesta quinta-feira, 25. O atraso também deve impactar o valor de outros produtos e commodities.
Enquanto isso, as tentativas de liberar o cargueiro de 400 metros de comprimento e 220 mil toneladas continuam nesta sexta-feira, 26, com a colaboração tanto da empresa japonesa Shoei Kisen, proprietária da embarcação encalhada, quanto a multinacional Bernhard Schulte Shipmanagement, gerente da mercadoria transportada. Peter Berdowski, CEO da empresa Boskalis, que também está trabalhando para desencalhar o navio, afirmou nesta quinta-feira, 25, à imprensa holandesa que é impossível libertar a embarcação com sua carga atual a bordo. Por esse motivo, será necessário remover toda água e todo óleo combustível do navio e aguardar a maré alta para movê-lo. Caso isso não funcione, a segunda opção é remover os contêineres e cavar o banco de areia no qual o Evergreen está alojado. Segundo o especialista, o processo pode levar de dias a semanas.
Fonte: Jovem Pan