MC Hariel diz que sua música fez dono de favela parar de vender crack: ‘Marcou minha vida’

MC Hariel já superou 3 bilhões de visualizações no YouTube

Levantando a bandeira do funk consciente, o cantor MC Hariel tem se destacado no cenário musical com letras que transmitem mensagens motivadoras e que abordam questões sociais. Na contramão do funk ostentação e do ‘proibidão’, o artista, de 23 anos, já atingiu a marca de 3 bilhões de visualizações no YouTube e prepara uma nova música em parceria com o DJ Alok sobre violência contra a mulher. “Eu me preocupo em passar uma visão na maioria das minhas letras”, enfatizou o artista em entrevista à Jovem Pan. Hariel, que cresceu na zona norte de São Paulo, disse que o funk também retrata problemas sociais, mas costuma ser rotulado como um gênero que só faz apologia ao sexo e às drogas.

“Quando esses temas são cantados por artistas de outros estilos considerados lendas, eles são respeitados para caramba, mas sinto que o funk é julgado. É uma coisa que precisa ser revista, porque se o funk fala da objetificação da mulher, por exemplo, a culpa não está no funk, mas em quem aplaude ou baba esse tipo de coisa. O funk replica as coisas da sociedade, então se o funk de putaria replica mais que o funk consciente não é um problema dos MC’s”, afirmou o funkeiro, que também deixou claro que defender o funk consciente não o impede de lançar músicas para um momento de festa ou para um momento íntimo de um casal. Hariel também falou que o funk precisa ser respeitado, porque por diversas vezes ele aparece como uma oportunidade para muitos jovens que vivem na periferia.

A morte do cantor MC Kevin, em maio deste ano, levantou questões de como poder ser complicado para um jovem lidar de forma repentina com a fama e o dinheiro. “Muitas pessoas acham que o sucesso é só festa, mas ele pode proporcionar outras coisas. O Kevin era meu parceiro desde 2014 e o que aconteceu com ele foi triste demais. Também foi um sinal para todos os MC’s cuidarem mais da saúde mental. É importante buscar uma estrutura, porque muitas vezes a gente não tem, por exemplo, um pai que dê apoio e pague uma escola para a gente estudar, então temos que correr atrás.” Outra questão levantada por Hariel é que a superação dos funkeiros é, muitas vezes, rotulada como ostentação. “A gente merece usar roupa da Lacoste, a gente merece ter um carro daora, a gente merece ter coisas bacanas.”


Fonte: Jovem Pan

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