A CPI da Covid-19 no Senado Federal espera ouvir nesta quarta-feira, 16, o ex-governador do Rio e Janeiro, Wilson Witzel. Ele é suspeito de ter se beneficiado de um esquema de corrupção na secretaria de Saúde do Estado, o que resultou no impeachment. Witzel conseguiu com o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus que dá a ele o direito de ficar calado, de não assumir o compromisso de dizer a verdade, de estar acompanhado de um advogado e até de não comparecer. Mesmo assim, o ex-governador pretende prestar o depoimento. O senador Marcos Rogério acredita que a oitiva pode relevar fatos importantes. “Que venha à CPI, enfrente os fatos, enfrente os questionamentos e fale a verdade. As investigações chegaram onde deveriam chegar ou ainda há fatos a serem apurados? Ainda há situações a serem apuradas? Acho que o depoimento é um depoimento importante e que pode lançar luz a outros fatos que, de de repente, ainda estejam em curso”, afirmou. Já o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues, pretende explorar outro aspecto da gestão de Wilson Witzel. “Os senhor Witzel alega que ele foi vítima de perseguições políticas. Nós queremos saber que perseguições foram essas e a partir de que momento vieram essas perseguições e o porquê dessas perseguições. Ele terá uma oportunidade única, inclusive, de se defender das acusações que ele sofre.”
Nesta terça-feira, quem prestou deposito foi o ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, ele contradisse o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou ter relatado a crise do oxigênio em 7 de janeiro. Campelo confirma que, três dias depois, teve uma reunião presencial com o ex-ministro. No entanto, na comunicação anterior, por telefone, o general negou que tenha tratado sobre o colapso do insumo em Manaus. Os senadores tentaram confrontar as datas de quando o Amazonas comunicou ao governo federal sobre a falta de oxigênio. “Estou perguntando diretamente seguinte: o ministro mentiu ao dizer que não foi informado no dia 7? Isso que estou querendo saber nessa óbvia contradição do seu depoimento e do depoimento dele”, questionou o relator Renan Calheiros. “Fiz uma ligação ao ministro informando da necessidade de logística para trazer oxigênio em Belém e ele pediu para entrar em contato com o CMA e isso foi feito”, disse o ex-secretário. “A verdade é o fato que liguei para ele na data do dia sete. No final de dezembro para o início de janeiro é que houve uma explosão de contaminação que, hoje, olhando para trás, olhamos forte influência da variante P.1, que não era conhecida naquele momento”, completou.
Fonte: Jovem Pan