Os parlamentares do Congresso Nacional estão oficialmente de recesso até fevereiro. Isso não quer dizer, no entanto, que haverá uma pausa no jogo que dá as cartas da política em Brasília. Mesmo durante as festas de fim de ano, deputados e senadores têm se reunido. E na pauta dos encontros está a eleição para presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, que acontece já no primeiro dia após a volta ao trabalho. Entre os deputados, a disputa será entre Arthur Lira, que representa o centrão e é preferido pelo Palácio do Planalto para assumir o cargo, e Baleia Rossi, emedebista escolhido para representar um grupo de partidos de centro e de oposição montado por Rodrigo Maia. Ainda há a possibilidade de que o algum partido de esquerda também tente eleger um novo presidente da Câmara, mas, neste caso, as chances de vitória seriam praticamente nulas.
Já no Senado, a situação é um pouco diferente. Tradicionalmente, a casa elege como presidente um parlamentar do partido que têm o maior número de representantes. Diante disso, o cargo ficaria com um um senador do MDB. Mas, diante da possibilidade de eleição de Baleia Rossi na Câmara, há uma avaliação de que o partido, que não se reconhece como da base do governo, ficaria muito fortalecido. A possibilidade que vem sendo analisada pelo Governo é a de apoiar a candidatura do senador Rodrigo Pacheco, que é do Democratas e preferido pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O parlamentar, inclusive, almoçou com o presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira, dia 24 de dezembro. O fato é que o Planalto aguarda com grande expectativa a definição em relação ao comando das mesas da Câmara e do Senado. Primeiro porque a eleição é considerada essencial não só para destravar as votações, mas também para se saber qual o perfil dos novos presidentes em um momento delicado para a equipe econômica. Segundo porque a disputa pela sucessão de Rodrigo Maia gerou um racha no Centrão, que forma a principal base de apoio do governo no Congresso neste momento.
Fonte: Jovem Pan