Meu pai não é santo, mas não acredito que tenha cometido crimes, diz filha de Eduardo Cunha

Danielle Cunha é filha do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um dos protagonistas do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff

Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 26, a publicitária Danielle Cunha afirmou acreditar na inocência de seu pai, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O parlamentar foi condenado pelo ex-juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato, em março de 2017, a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em setembro de 2020, Cunha voltou a ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, recebendo a pena de 15 anos e 11 meses de prisão. “Não acho que meu pai tenha cometido crimes, não. Nenhum dos processos contra ele está em trânsito em julgado, então, perante à Constituição, Eduardo Cunha segue inocente. Se eu acho que meu pai é santo? Santo na vida só Jesus Cristo. Eu não acredito em santos. No entanto, falando perante minha posição como filha e, como alguém que se debruçou sobre os processos jurídicos, meu pai não cometeu nenhum crime”, disse. Em sua fala, Caroline fez referência à expressão “trânsito em julgado”, usada para caracterizar decisões judiciais das quais não se pode mais recorrer.

“Certamente, Eduardo Cunha é um homem mudado. Ele esteve na política durante muitos anos e viu de tudo, chegou ao apogeu e despencou – o que é motivo de profunda reflexão. É evidente que uma pessoa encarceirada possui muito tempo para pensar, mas a reflexão do meu pai não tem correlação com o processo e as acusações que tramitam contra ele”, ponderou. Questionada sobre qual seria o posicionamento político de Cunha atualmente, caso ainda exercesse seu mandato no legislativo, Danielle analisou que o político apoiaria o atual presidente Jair Bolsonaro. “Ambos tiveram o mesmo objetivo: tirar o PT do Poder. Sendo assim, o presidente que derrotou o PT com êxito, merece apoio e uma chance de governabilidade. Além disso, vivenciamos uma pandemia e, é injusto com a população, que o presidente da Câmara não se junte ao presidente da República para amenizar a crise.”

À frente da Câmara entre 2015 e 2016, Eduardo Cunha foi o responsável por instaurar e conduzir o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff . Grande admiradora do ex-deputado, ela revelou que pretende seguir os passos do pai na política. “Desde o início da pandemia, meu pai está cumprindo prisão domiciliar. Está em casa, cuidando de sua saúde e defesa. Em 2018, disputei as eleições para a Câmara dos Deputados, mas não obtive êxito. Apesar disso, pretendo concorrer novamente no próximo pleito”, concluiu.

Assista na íntegra a entrevista com Danielle Cunha:


Fonte: Jovem Pan

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