O governo do México anunciou nesta quarta-feira, 16, o início das operações para recuperar os corpos de 63 dos 65 mineiros que morreram na mina de Pasta de Conchos, no estado de Coahuila, após uma explosão em fevereiro de 2006. “Já começou a primeira fase, que tem a ver com alguns tiros verticais para chegar aos pontos onde, segundo as bitáculas, estava boa parte dos mineiros”, declarou Luisa María Alcade, secretária do Trabalho do México. Embora a tragédia complete 16 anos nesta semana, apenas dois corpos dos 65 mortos foram recuperados. Na época, as operações de resgate foram suspensas pelo alto risco.
“O presidente Andrés Manuel López Obrador decidiu, juntamente com as famílias, iniciar um processo de justiça, reparação, pelos danos que foram cometidos na região carbonífera e, claro, também às vítimas por não terem continuado com o resgate”, disse Luisa María Alcade. Segundo ela, já avançaram as conversas para o plano de entrega de moradias, desenvolvimento urbano e “entrega de indenizações aos parentes dos mineiros”. “Estamos avançando e continuaremos acompanhando esse plano de justiça para a Pasta de Conchos”, reforçou.
A mineradora do Grupo México doou a propriedade para a Comissão Federal de Eletricidade (CFE). A primeira etapa dos trabalhos terá como foco a construção de duas aberturas, que servirão de respiradouros para os trabalhos de resgate, com profundidade de 150 metros. O gerente de estudos de engenharia civil da comissão, Vicente Arévalo, comentou que a segunda etapa das ações se concentrará na busca dos restos mortais dos mineiros. A expectativa é que os trabalhos comecem em março e sejam concluídos em pouco mais de um ano. Enquanto isso, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Territorial e Urbano (Sedatu) planeja inaugurar um memorial, em agosto deste ano, para homenagear os mortos.
*Com EFE