O diretor de logística do Ministério da Saúde, Ridauto Fernandes, fez um alerta sobre a possibilidade de faltar oxigênio em hospitais do interior do país. Em audiência da comissão temporária da Covid-19 no Senado, ele classificou como perigoso o cenário atual. Segundo Ridauto, há um impasse na logística do abastecimento dos cilindros porque alguns envasadores não conseguem abastecer nas plantas mais próximas e têm que se deslocar, muitas vezes, por grandes distâncias. “O problema não é a produção, é como isso chega na ponta da linha. Se eles não fornecerem esse oxigênio, encherem essas carretas, o pequeno envasador não consegue envasar o cilindros, não vai chegar o cilindro que tem que chegar rápido, porque já está gastando muito tempo naquela distância do município até a sede do envasamento”, afirmou. Fernandes propôs que seja feita uma mudança legislativa, criando dispositivo para que as grandes produtoras não se recusem a abastecer as carretas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que 54 empresas são capazes de produzir oxigênio no Brasil e pressionou o setor para ampliar a fabricação na pandemia. A diretora da agência reguladora, Meiruze Freitas, afirmou que a Anvisa já negocia medidas de ampliação de produção. “Quanto mais aumenta a velocidade de produção, você também, na maioria das vezes, perde na qualidade do gás. O que colocamos hoje é como apoiar, inclusive, o sistema para que se amplie essa instalação de usinas em hospitais”, disse. O diretor de negócios da White Martins, Paulo Baraúna, comentou o aumento dos custos. “Houve sim evolução de custos significativa. O caso de Manaus, por exemplo, custos extras, imprevistos. Eles não foram repassados aos preços porque nós temos um contrato com o setor público”, afirmou, pontuando que, além dos custos de produção, a logística de transporte de oxigênio é muito cara. Até o momento, a pasta da Saúde não esclareceu totalmente se tinha ciência do colapso no Amazonas. As empresas do setor também estão em alerta para a possibilidade de risco em Rondônia, no Acre e em Estados do Nordeste.
Fonte: Jovem Pan